Migalheiros

17/3/2008
Francimar Torres Maia - OAB/RS - 21132

"Call Center - o retrato da ineficiência. Após receber e-mail da NET, abordando cláusula não contratada, resolvi cancelar uma operação. Preparei-me para o calvário que isso representa, mas a demora no atendimento e o despreparo do atendente surpreenderam-me (e olha que tenho experiência com call centers). O atendimento demorou 30 minutos. Mas, somente para a geração do protocolo de atendimento (pelo qual eu tinha que esperar), o rapaz levou 20 minutos. Nas suas tentativas infrutíferas (claro) de me demover do meu intento cancelatório, o atendente me fez propostas que sei ilusórias. Porém, o melhor (ou pior?) ocorreu como conto no diálogo seguinte:

 

- É que o senhor não pode ultrapassar a franquia.

- Mas como é que eu vou ultrapassar a franquia, se eu contratei o serviço por 24 horas ao dia? Por acaso tu achas que, num dia, que tem 24 horas, eu posso utilizar o serviço 25 horas?

 

Agora, pasmem para a resposta que recebi vinda do outro lado da linha, e que provocou risos meus e da minha mulher, que estava acompanhando a ligação:

 

- Um momento, senhor, que 'vou estar verificando'.

 

Depois dos risos, perguntei:

 

- E precisas entrar no sistema para saber que não se pode usar 25 horas num dia que só tem 24?

 

E o pobre respondeu:

 

- É que nós temos que estar verificando tudo.

 

Olha, se alguém tivesse me contado, ou se tivesse recebido esse relato pela internet, não acreditaria que tivesse realmente acontecido. Mas, como fui eu mesmo a vítima... Por essas e muitíssimas outras é que as empresas de telefonia são campeãs de causas na Justiça. Se o fato tivesse acontecido dois meses antes, teria sido incluído no livro de humor que 'estarei lançando' no próximo dia 25 de março."

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