Artigo - Os verdadeiros "bullies" estão nos gabinetes 14/4/2008 Frederico A. Masson - escritório Carvalho e Furtado Advogados "Brilhantes as palavras do dr. Marcel Leonardi sobre a proibição do jogo 'Bully', assim como foram aquelas relativas à proibição de Counter Strike e Everquest (Migalhas 1.877 - 11/4/08 - "Passamos de fase" - clique aqui). O que ocorre é que possivelmente o magistrado que proferiu a lamentável decisão vem de uma geração anterior àquela que se acostumou a passar horas a fio vencendo os intrigantes desafios de um 'game'. Não consegue entender que os jogos eletrônicos tem se tornado ultimamente, devido a complexidade de seus enredos, gráficos e jogabilidade, uma nova forma de arte. Uma arte interativa que permite ao espectador-jogador influir no destino dos personagens. Querer proibir qualquer tipo de jogo é inegavelmente um ato de censura. Porém, diferentemente de outras formas de mídia, os videogames não possuem uma classe de produtores, roteiristas e mesmo jogadores organizada. Se tal censura fosse aplicada a uma música, a uma novela ou a um filme, rapidamente veríamos legiões de artistas mobilizados na imprensa contra tal ato. Como explanou com propriedade o dr. Marcel Leonardi, querer impedir que um adulto possa escolher o 'game' que deseja jogar é um absurdo. Felizmente, o mundo da tecnologia é dinâmico. O jogo proibido hoje, será obsoleto amanhã, pois, vários o sucederão. Ademais, não existe como barrar a distribuição do jogo pela internet, pois esta, não possui barreiras, é livre e democrática. Esta estúpida decisão está fadada à inocuidade e ao esquecimento. Já passou e muito a hora do videogame ser encarado de outra maneira no Brasil. Não se trata de um joguinho para crianças e sim de um entretenimento adulto. O público alvo dos games é masculino, tem entre 25 e 35 anos, superior completo e renda mensal compatível aos altos custos de se adquirir aparelhos cada vez mais sofisticados que, não raramente, ultrapassam a casa dos milhares de reais. Tratar o videogame como um brinquedinho de criança é uma hipocrisia, é fechar os olhos para a evolução tecnológica. O que nos consola é que o desenvolvimento dos 'games' aumenta progressivamente e decisões ridículas como esta nunca terão o condão de impedi-lo." Envie sua Migalha