Sciagac czy nie sciagac?

"Enquanto nos países de primeiro mundo o ensino de propriedade intelectual integra, normalmente, a grade curricular das escolas de Direito das Universidades, essa é, ainda, uma questão discutida no Brasil. Questão essa que, segundo os jornais, foi atropelada pela Igreja da Polônia com a publicação do livro em co-autoria do padre Wieslaw Przyczyna, especialista em homilética (a arte de preparar sermões), que tem o título acima ou, em português: 'Plagiar ou não plagiar?'. O padre Wieslaw, que pertence a Academia Pontifícia de Teologia da Cracóvia, lamenta os sacerdotes que agem de forma antiética e contrária às regras da propriedade intelectual, copiando sermões que são tornados disponíveis na rede mundial de computadores e apresentados aos fiéis como sendo de sua autoria, sem citar a fonte. Na Polônia, os chefes da Igreja discutem a possibilidade de ensinar aos seminaristas os conceitos de propriedade intelectual e já há discussões a respeito, até porque um sermão, afinal, não é baseado em um pensamento original, mas deve ser exigido que cada qual se comunique com suas próprias palavras. A par de advertir 28 mil padres sobre os riscos do plágio de sermões da internet (multas e penas que podem chegar até mesmo a três anos de prisão), as autoridades eclesiásticas polonesas publicaram um livro de auxílio para a redação de sermões, para ajudar os padres e afastá-los do hábito crescente de furtar as palavras de seus colegas. Esse 'guia', de 150 páginas, é vendido pelo preço equivalente a R$ 20,00. Além disso, os paroquianos poloneses estão sendo chamados a participar da campanha anti-plágio, instados pelas autoridades eclesiásticas a comparar os sermões com os que estão disponíveis na Biblioteca Kaznodziejska, revista mensal que publica textos de sermões de diversos púlpitos da Polônia. Assim, ao menos na Polônia, a resposta à pergunta: 'Plagiar ou não plagiar?' é pela negativa. Lá, todo mundo está atento às regras de propriedade intelectual. Até na Igreja, onde os textos dos sermões são sagrados."