Migalheiros

12/5/2008
Romeu A. L. Prisco

"'Made in china'. É isso o que mais se vê em 99% de mercadorias e produtos importados, ditos originais ou 'pirateados', mormente no caso de eletrônicos, eletro portáteis, aparelhos de comunicação, material esportivo e de iluminação, brinquedos, artigos de couro e modas em geral. Há muitos anos participei de um seminário sobre Propriedade Industrial, promovido pelo INPI e outras entidades do ramo, com a presença de representantes de empresas nacionais e estrangeiras. Lembro-me perfeitamente que o representante de uma das empresas brasileiras botou a boca no trombone, contra a forma pela qual o Japão pós guerra conduziu os problemas relacionados com propriedade industrial, porque aquele país teria ignorado solenemente marcas e patentes internacionais. O representante da empresa japonesa ali presente ouviu, calado, duras críticas à sua nação, que antes de se tornar um gigante econômico, teria simplesmente copiado tudo, sem pagar 'royalties', desde uma agulha de costura até o motor de veículos automobilísticos. É o que parece estar ocorrendo agora com a China, entretanto, com o aval dos chamados países ricos, cujas indústrias lá mandam confeccionar a maioria dos seus produtos, porque a mão-de-obra é mais barata. Disto se vale a China para manufaturar os originais e os piratas. Até vistosos e valiosos relógios, que antes eram exclusividade da Suíça, passaram a ser produzidos na China, para quem tudo vai bem, obrigado, mas, quem sai perdendo é o consumidor, diante da péssima qualidade, tanto dos 'originais', quanto dos pirateados. Pelo andar da carruagem, em futuro próximo, não será surpresa se o bacalhau português e norueguês, as azeitonas gregas, o azeite espanhol e italiano, o vinho francês, o legítimo 'scotch' e a nossa pinga tipo exportação começarem a ser 'Made in China'..."

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