Greve na Justiça paulista

13/9/2004
Rafael Vega Possebon da Silva - escritório Siqueira Castro Advogados

"Sobre a Greve no judiciário paulista, somente gostaria de me manifestar quanto à resposta do Sr. Ricardo Marques Góes - do Sindicato dos Servidores do Judiciário de São Paulo para o Sr. José Fernandez da Silva, veiculada dia 10/9/04 – (Migalhas 1.005). Poderia dizer a este senhor que, embora não seja em absoluto contra as reivindicações dos serventuários, mesmo porque direito consagrado pela CF, me oponho com veemência a tal movimento grevista. Primeiro por se tratar de serviço essencial, cuja paralisação deveria ser melhor sopesada pela categoria. A greve deveria ser utilizada pontualmente e como último recurso, e não como opção às vias legais. Segundo, deveriam pensar nas conseqüências absurdamente nefastas à sociedade decorrentes de tal paralisação insensata, lembrando a morosidade recorde de nossa justiça, que é também causa para a demora no pagamento dos precatórios como levantou o líder sindical. Ainda, a despeito da falta de condições ideais para o trabalho nas repartições, como todos nós advogados conhecemos, podemos lembrá-lo das condições infinitamente piores à qual é submetida a maioria do povo brasileiro, que não ganha nem perto do que recebem os colegas serventuários em mesmo nível de escolaridade, e que somente amargaram perdas salariais na última década, sem o 'luxo' da greve que lhes confere a estabilidade, e ainda carregam um Estado ineficiente e gastador nas costas quando arcam com a atual carga tributária, que dispensa comentários. Este mesmo povo é igualmente prejudicado pelas eternas greves do poder público, já tão relapso com o serviço à sociedade que justifica seu pagamento. Obrigado."

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