Eleições

30/10/2008
Plínio Zabeu

"Análise eleitoral. Findo o período eleitoral que, no Brasil, acontece a cada dois anos, vale a pena calcular o que de bom e o que de ruim aconteceu.  Na verdade o país tem apenas um ano a cada dois para crescer, progredir, trabalhar de fato, colocar em prática os planos prometidos etc...  O ano 2009 será um ano assim. Livre de eleições. Já 2010 será, de novo, período eleitoral, tempo em que não vemos produtividade e progresso necessários. Tudo o que é feito ou projetado infelizmente tem fundo político eleitoral. São negociações (muitas vezes 'negociatas') entre poderosos dirigentes partidários. O presidente atual até que procurou facilitar, negociando os ministérios com 'porteira fechada', ou seja, o dirigente que promete apoiá-lo recebe a chave da repartição e, uma vez lá dentro, faz o que bem entende. Existe até um partido, sem dúvida o mais forte atualmente, que nem se preocupa em lançar candidato próprio para a Presidência da República. O  que conseguir de repartições fechadas já será lucro. Continuamos a insistir numa reforma política total, que, infelizmente nunca chega a não ser pontos aqui e ali para renovar esperanças, mas de positivo mesmo, nada. Se o governo parasse um pouco para meditar sobre os resultados do último pleito, certamente tomaria alguma atitude que agradaria ao país como um todo e não apenas, como acontece atualmente, setores marcados para retorno em número de votos. Tome-se, por exemplo, a cidade de São Paulo. O presidente, dono de um incomparável carisma, sempre acha que o povo votará em quem ele determinar. Não sabe, ou não lhe contaram, que carisma não se transfere. Tentou emplacar como prefeita aquela que, tendo sido derrotada em 2004, para não ficar de fora foi colocada no ministério de turismo. Lá ela deitou e rolou. Debochou dos que sofreram com o apagão aéreo (de culpa exclusiva do governo federal), voltou candidata, continuou o deboche, lançou ofensas a um grupo que tanto a apoiou na sua vida política. E deu no que deu.  O povo, apesar de 80% apoiando o presidente, mostrou que está aprendendo a votar, finalmente. A derrota de Marta na capital paulista mostra que a sociedade em geral está sabendo melhor como escolher os dirigentes. No momento atual, com a derrocada da economia no mundo, vamos esperar que os governantes e os agora eleitos ou reeleitos, examinem bem suas ações. Tudo pode acontecer, mas, se os cuidados forem tomados – deixando-se de lado interesses partidários – as conseqüências não serão tão danosas. Que o governo aprenda as lições dadas pela sociedade brasileira."

Envie sua Migalha