STF 21/9/2009 Gelson Jorge de Oliveira – Florianópolis/SC "Prezados senhores, dirijo-me a presença de Vossas Senhorias e dos honrados leitores com o objetivo de discordar dos argumentos apresentados em matéria publicada pelo leitor Alfredo Attié Jr. (Migalhas dos leitores - "STF" - clique aqui). Data venia de quem advoga essa opinião, não cabe razão ao escritor do artigo. Hoje o profissional da magistratura é escolhido em um processo extremamente rigoroso de seleção, depois de ter se preparado por vários anos, não precisa sair candidato a cargo público para exercer a magistratura, não precisa corromper-se em processo de escolha política. Por esse motivo goza de absoluta independência em relação às ideologias políticas, seja de direita, de centro ou de esquerda, não se colocando à mercê dessas correntes de pensamento e das críticas da sociedade que sempre vêm maculadas por esses tipos de interesses. O magistrado tem responsabilidade com o Direito e a Justiça, proferindo julgamentos de acordo com a lei existente, a jurisprudência e com a sua consciência. Essa independência é que permite ao Poder Judiciário colocar-se acima dos interesses partidários e das inclinações ideológicas que emperram o Poder Legislativo, contribuindo grandemente para o avanço da sociedade em vários campos em que o Legislativo deixa verdadeiras lacunas, preenchendo esse enorme vácuo através da jurisprudência. Os políticos agem sempre por interesse, balizados pelo receio do que vai dizer a sociedade. Por isso não editam as leis que são necessárias à sociedade, porque estão com medo de não se reelegerem no próximo pleito; já os magistrados atuam para sanar os conflitos entre os jurisdicionados, através de um julgamento justo. Esse elevadíssimo índice de desmoralização dos políticos é causado pelo fato de que eles são eleitos pela sociedade para um período de mandato. São alvos das críticas mais absurdas. Os magistrados, sejam eles de qualquer nível, devem continuar a serem escolhidos como são atualmente, vão para os tribunais porque estudaram, vão porque demonstraram competência, são profissionais como em qualquer outra profissão, não são políticos. O Judiciário e os profissionais que exercem a magistratura não podem ficar à mercê dessas ideologias políticas que denigrem a imagem e a honra das pessoas que exercem mandatos legislativos. Precisam estar imunes a atos de barganha, conchavos políticos, promessas de campanha, que constituem o cerne da atividade política. No processo eleitoral, o eleitor corrompe o político. Depois de eleito toda a sociedade exige que o político seja santo. Será que até agora ninguém sabe que política quer dizer jogo de interesses?" Envie sua Migalha