Artigo - Reflexões dum juiz sobre contato com advogados

8/10/2009
Ana Paula da Silva

"As reflexões do ilustre magistrado pontuam que alguns advogados eventualmente atrapalham o trabalho do magistrado, entretanto cumpre ressaltar, que bons advogados em situações peculiares procuram o contato pessoal com o magistrado tão somente para medidas urgentes e imprescindíveis (Migalhas 2.243 - 8/10/09 - "Conversas fora dos autos" - clique aqui). A razoabilidade deve ser atendida por ambas as partes, tanto pelos advogados como pelos magistrados, afinal a efetiva prestação jurisdicional interessa a todos, interessa à coletividade. Neste ponto cabe observar que o contato entre juízes e advogados não deve ser restritivamente interpretado como algo fora dos autos, sob ponto de vista negativo, salvo engano se assim fosse estaríamos diante da efetiva burocratização da justiça. E como todos os operadores do direito sabem, a burocratização é a antítese da razoabilidade e da defesa dos direitos fundamentais de cada cidadão. Realmente os magistrados estão em uma situação delicada devido a inequívoca precariedade em que se encontra a estrutura do Poder Judiciário, seja pelo excesso de processos, ou pela falta de cartorários, todavia o interesse do jurisdicionado não pode ser relegado a segundo plano devido a querelas entre magistrados e advogados. O contato pessoal em situações excepcionais é necessário e salutar, portanto deve ser sopesado como será realizado, e nunca banido da prática forense."

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