Chibatadas

"Amantíssimo diretor, perdoe-me por ocupar seu precioso e exíguo tempo, principalmente neste momento em que desfrutas de merecidas delícias em terras estrangeiras. Sou leitor assíduo e diário destas portentosas Migalhas. Por elas, pauto-me seguidamente. Não sou advogado. Sou apenas jornalista, publisher de uma revista eletrônica mensal. Transfere-nos o sábio Diretor, aos seus humildes leitores, o condão de sentenciarmos os veneráveis copidesques que cometeram falha acerca da entrevista da ministra Eliana Calmon, com sua gravíssima denúncia envolvendo o STJ (Migalhas 2.274 - 24/11/09 - "Quantas ?"). Porque punir os copidesques? Melhor seria repartirmos as chibatadas para que estas caíssem sobre costados da plebe ignara, ou seja, nós, o povo brasileiro, por permitirmos conviver com essa absurda excrescência nacional, em completa omissão, em meio a tantas outras. Somos omissos sim! Ou acomodados no nosso temeroso conforto? Não detectei até agora, nenhuma manifestação dos luminares brasileiros em todos os níveis, desde a corajosa declaração da Ministra. Por que então punir só os copidesques de Migalhas? Penso, acolitado pela experiência dos meus 40 anos como jornalista profissional, tempo em que não me envergonho de trilhar a contramão editorial, sem conchavos, mas mantendo a duras penas a dignidade da profissão, que seus valorosos colaboradores certamente se indignaram com o teor da entrevista da brilhante ministra Eliana, e perpretaram o lapso redacional. Isso é aceitável em gente de brio, como o são os de Migalhas. Não os puna, Amantíssimo Diretor. Pense na minha humilde proposta. Se não for possível distribuir as chibatadas por não encontrar ninguém disposto a aceitá-las voluntariamente, resignado, ofereço-me para o sacrifício, pois assumo sim, culpa por ser brasileiro e ter que conviver com mais esta nódoa pátria. Abraços e sucesso. Sempre!"