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Um lustro a mais

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Atualizado às 10:09

Câmara cunha mudança constitucional que eleva de 70 para 75 anos a compulsória dos ministros dos Tribunais Superiores e do TCU. Texto vai à promulgação.

Consequência - I

Com o reflexo imediato da promulgação da PEC, cinco ministros do STF (Celso de Mello, Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e Rosa Weber) e três do STJ (Napoleão Nunes Maia Filho, Felix Fischer e Laurita Vaz) não serão mais pegos pela compulsória até o fim do mandato dilmal. Se não houver pedidos voluntários de saída durante os próximos anos, a presidente não gastará a tinta de sua caneta para indicar um ministro para as respectivas Cortes, a não ser nas três vagas já (e ainda !) abertas no STJ. Veja a nova previsão de aposentadoria dos ministros do STF e STJ.

Fim do suplício

Pela má vontade com que Dilma lida com as nomeações, ela deve estar pouco se importando com a retirada desta prerrogativa. Imaginamos que até esteja aliviada. É difícil crer, mas é verdade.

Consequência - II

Se tudo fluir naturalmente, o próximo presidente da República, cujo mandato deve ir de 2019 a 2022, só deve indicar dois ministros do Supremo, diante das aposentadorias, neste interstício, de Celso de Mello e Marco Aurélio. Outra curiosidade é que o ministro mais longevo da atual composição será o ministro Toffoli, que só será alcançado pela compulsória em novembro do distante 2042. Vida longa a todos !

Tira aqui, mantém ali

Após a aprovação da PEC dos 75, houve imediata manifestação nas redes sociais. O resultado foi tido pelos internautas como uma derrota do PT e do governo Dilma. Ocorre que, olhando na outra metade do copo, dos atuais dez membros da Corte Suprema, sete - indicados por Lula e Dilma - terão o mandato por mais um lustro. Isso para não falar do próximo, cuja sabatina (que cada vez está mais árdua) está marcada para o próximo dia 12.

Toma lá, dá cá

Na noite de ontem, o programa partidário do PT foi ao ar e Lula enfiou o dedo na ferida dos deputados. Em rede nacional, o ex-presidente falou sobre o PL da terceirização e saiu em defesa da "classe trabalhadora", afirmando que os benefícios conquistados "ao longo de gerações" "não caíram do céu" e que o projeto, que "passou pela Câmara dos Deputados", "faz o Brasil retornar ao que era no começo do século passado". O reflexo do pronunciamento foi imediato. Pautadas para ontem na Casa Legislativa, as medidas do ajuste fiscal saíram e deram lugar à PEC dos 75.