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Crônicas do intervalo

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Atualizado às 10:33

Das muitas memórias construídas no STF, saíram ontem, emolduradas, duas recordações com ares de reflexão e esperança para os jovens. No intervalo da sessão de julgamentos da 1ª turma, o ministro Marco Aurélio posou para foto com alunos do ensino fundamental do Colégio Renascença, de SP, e teve uma breve, franca e generosa conversa com os imberbes : "Se apliquem, busquem ler, busquem manter contato com os colegas, contato direto, para aperfeiçoar uma formação humanística. Se vocês se dedicarem, cada qual compreendendo a dimensão possuída, vocês vão ser muito felizes. Sucesso a todos !" Em seguida, o ministro repetiu a cena com acadêmicos de Direito da Faculdade São Salvador, da BA, e a coisa mudou (um pouco) de perspectiva : "Atualmente, o que preocupa é o descompasso entre Legislativo e Executivo, é o impasse. Enquanto isso, a crise econômico-financeira vai ganhando uma dimensão muito grande e é sentida pelos trabalhadores em geral. (...) Há, ainda por cima, uma ameaça de volta de um mal maior que é a inflação, de dois dígitos antigamente, que chegou a quase 100%. Isso é preocupante." Apesar do aparente ceticismo, o ministro considerou que se trata de um período alvissareiro. "As instituições estão funcionando. Refiro-me à Polícia, especialmente à PF, ao MP e também o Judiciário, mediante a atuação dos juízes." Nas reticências desta última assertiva coube, até mesmo, um encômio ao trabalho realizado pelo juiz Sérgio Moro : "Nós devemos elogiar o juiz Sérgio Moro, mas ele não é o único juiz do país. Que cada qual faça a sua parte, como ele vem procurando fazer."