Gramatigalhas

Et al. – Deve-se escrever em itálico?

Et al. – Deve-se escrever em itálico?

27/10/2021
O leitor Enos Figueredo de Freitas envia à coluna Gramatigalhas a seguinte mensagem:

"Aprecio as elucidações presentes neste site. Sobre a expressão latina et al., ela deve ser grafada em itálico? Grato."

1) Um leitor indaga, em síntese, se a expressão latina et al. deve ser escrita em itálico.

2) Como observações introdutórias, antes de passar à resposta específica da questão apontada, ressaltam-se os seguintes aspectos: (i) a expressão et al. constitui abreviatura de et alii; (ii) pronuncia-se ét áli-i; (iii) significa e outros; (iv) vem do latim; (v) constitui expressão muito usada em dissertações, teses e obras científicas, para indicar uma obra que foi elaborada por diversos autores (Ex.: "Como diz, em obra conjunta, Arruda Alvim et alii...").

3) Com essas observações como premissas, passa-se a responder à indagação formulada pelo leitor, cuja dúvida, em síntese, é saber se, ao escrever uma palavra ou expressão em língua estrangeira, é preciso ou não grafá-las entre aspas, negrito, itálico, ou sublinhá-la.

4) A par de outros usos que possam ter as aspas, o itálico, o negrito e a sublinha, o certo é que também são eles empregados para grafar um vocábulo ou expressão que não pertençam ao nosso idioma.

5) E se esclarece, adicionalmente, que não há hierarquia, preferência ou maior correção nesse rol, de modo que assiste ao usuário do idioma optar pelo recurso que lhe convier na respectiva redação.

6) Vejam-se, assim, os seguintes exemplos, todos igualmente corretos perante nosso idioma: a) Devem-se evitar palavras e expressões estrangeiras desnecessárias, como "à vol d’oiseau" ou "performance", que podem ser substituídas por vocábulos vernáculos, como, por exemplo, superficialmente e desempenho; b) Devem-se evitar palavras e expressões estrangeiras desnecessárias, como à vol d'oiseau ou performance, que podem ser substituídas por vocábulos vernáculos, como, por exemplo, superficialmente e desempenho; c) Devem-se evitar palavras e expressões estrangeiras desnecessárias, como à vol d'oiseau ou performance, que podem ser substituídas por vocábulos vernáculos, como, por exemplo, superficialmente e desempenho; d) Devem-se evitar palavras e expressões estrangeiras desnecessárias, como à vol d'oiseau ou performance, que podem ser substituídas por vocábulos vernáculos, como, por exemplo, superficialmente e desempenho.

7) Em resumo, a expressão trazida pela consulta do leitor, por ser de origem estrangeira, deve vir realçada no texto por algum modo e, na prática, pode ser grafada entre aspas, negrito, itálico ou sublinha, modos esses todos corretos e intercambiáveis, sem qualquer ordem de preferência ou correção: (i) "et al."; (ii) et al.; (iii) et al.; (iv) et al.

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Colunista

José Maria da Costa é graduado em Direito, Letras e Pedagogia. Primeiro colocado no concurso de ingresso da Magistratura paulista. Advogado. Mestre e Doutor em Direito pela PUC/SP. Ex-Professor de Língua Latina, de Português do Curso Anglo-Latino de São Paulo, de Linguagem Forense na Escola Paulista de Magistratura, de Direito Civil na Universidade de Ribeirão Preto e na ESA da OAB/SP. Membro da Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas. Sócio-fundador do escritório Abrahão Issa Neto e José Maria da Costa Sociedade de Advogados.