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Ética e ficção - de Aristóteles a Tolkien

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Atualizado em 9 de junho de 2010 11:17


Ética e ficção - de Aristóteles a Tolkien







Editora: Campus Elsevier
Autora: Ives Gandra Martins Filho
Páginas: 280

 

 

 

 

No primeiro capítulo, após breve incursão no conceito de ética e notas sobre diferentes visões a tratá-la - ética clássica, cristã, legalista, utilitarista - há um convite ao leitor para que prove uma maneira mais leve de pensá-la, não como rol de condutas proibidas (ética dos deveres) e sim como meio para uma vida mais equilibrada e consequentemente mais feliz (ética das virtudes). Para o autor, a virtude não é inata, mas pode ser ensinada e deve ser praticada, dia após dia, constantemente.

Valendo-se de trechos da obra Ortodoxia, de autoria do brilhante ensaísta inglês G. K. Chesterton, o autor defende, no segundo capítulo, que a felicidade humana depende da aceitação de nossa condição limitada, tal qual nos contos de fada, em que a "felicidade se apóia sobre uma incompreensível condição". Advoga por uma ética fundada na confiança de que o autor da condição (Deus/a natureza) sabe o que é melhor para nós, seres humanos.

A partir do terceiro capítulo, passa a comentar outros aspectos da condição humana ligados diretamente à ética - a liberdade, a atração pelo poder, a solidariedade, a prudência, a justiça - fazendo remissão sempre a imagens e trechos da obra O Senhor dos Anéis, de autoria de J. R. R. Tolkien, intelectual inglês que ao lado de C. S. Lewis, seu contemporâneo e amigo, fez literatura em cuja temática vislumbram-se claramente os valores cristãos: a luta do bem contra o mal, a sedução do poder, a queda, o sacrifício do herói em benefício da redenção da coletividade.

É inegável que a narrativa literária é recurso que facilita a compreensão de temas abstratos. Assim, se em O Senhor dos Anéis o mal é identificado com o mau uso da liberdade individual, o conhecimento do vilão ("Senhor do Mundo das Trevas") pelos leitores permite a visualização da dimensão coletiva que esse mau uso pode alcançar. Na mesma linha, conhecer o hobbit Frodo proporciona entendimento de princípios cristãos como a exaltação da humildade, da simplicidade.

Ao longo da obra, o autor remete, ainda, a algumas outras obras ficcionais - Harry Potter, Star Wars, Irmãos Karamazov, em passeio que se mostra produtivo.

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Ganhador :

Adriano P. Sandini, advogado da Pirelli, de São Paulo/SP

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