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"Memórias de um Juiz Federal"

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Atualizado em 6 de janeiro de 2009 07:11


"Memórias de um Juiz Federal"







Editora: Del Rey

Autor: Adhemar Ferreira Maciel
Páginas: 279 p.





Trata-se, como o título anuncia, de relato memorialístico da carreira do Ministro aposentado do STJ, desde sua posse como juiz federal em Goiânia, nos idos de 1976. Em que pese ser o autor mineiro, foi na terra dos Goyazes que se iniciou na função de juiz.

Em simpática introdução, o autor alega que "muita coisa ficou para trás ou está confusa, turva", que sua memória "puxa um fio aqui, outro acolá, sem ligar o mínimo para a cronologia", que a obra versa "apenas reminiscência e associação de lembranças".

Sim, muitas vezes as recordações foram inscritas em forma de notas, referências breves a acontecimentos que marcaram o autor, a nomes que deseja ver destacados, a iniciativas que entende devam ser valorizadas.

No entanto, ainda que ligeiros, os registros desenham, com nitidez, dentre outros traços importantes, a solidariedade entre os juízes iniciantes, sempre prontos a orientar colegas, a ensinar o que já aprenderam na dura prática de início de carreira - lições que, em grande parte, colocam-se além dos livros doutrinários; o amor à terra natal (que delícia acompanhá-lo pelas ladeiras de Ouro Preto, pelos tesouros de Sabará, ouvi-lo falar dos Inconfidentes!); e sobretudo, a profunda consciência de servidor que o autor sempre estampou, de exercer função pública, definida e limitada pela lei.

Livros como esse merecem ser louvados, as histórias privadas que se unem para formar a grande História precisam ser escritas. Gilberto Freire, no clássico Casa Grande e Senzala, aduz que foi penosa e precária a reconstituição do cotidiano no Brasil colônia, pois em razão do baixo nível de letramento que ostentavam seus moradores (ao contrário dos povos dos países protestantes, que tinham que ser alfabetizadas para ler a Bíblia), eram pouquíssimos ou quase inexistentes os diários e outros registros escritos!

A essa inestimável contribuição histórica poder-se-ia acrescentar, no caso de juízes, a imperiosa necessidade de se dar publicidade a narrativas "reais", comuns, honestas. Do contrário, só os casos atípicos, patológicos, as exceções que vendem jornais e rendem audiência televisiva formarão a opinião pública.


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 Ganhadora :

Juliana Xavier de Bem, advogada do Sebrae, de Porto Alegre/RS

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