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"Globalização e Sociedade de Controle - A Cultura do Medo e o Mercado da Violência"

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Atualizado em 23 de novembro de 2009 09:50


Globalização e Sociedade de Controle - A Cultura do Medo e o Mercado da Violência

 




Editora
: Lumen Juris
Autores: Sergio Francisco Carlos Graziano Sobrinho
Páginas: 242





Coerente com o arcabouço teórico do marxismo-frankfurtiano de que se vale, o autor enxerga vinculação entre a economia e as relações de poder na sociedade. Sob essa premissa, levanta a hipótese de que as políticas de segurança pública "de corte autoritário" assim como o "discurso do medo" cumprem função determinada no capitalismo atual.

Para chegar às considerações e conclusões acerca do atual estágio do neoliberalismo, o autor recompõe, nos primeiros capítulos do livro, panorama histórico do capitalismo desde sua primeira crise estrutural, ainda no final do século XVIII, passando por uma cuidadosa análise do período entre-guerras, no século XX, para alcançar, por fim, a globalização em que vivemos.

Para contrapor os objetivos do fordismo às metas do capitalismo globalizado, o autor utiliza os conceitos postos e trabalhados por Foucault. Assim, defende que hoje o Estado não busca mais vigiar e punir, mas sim observar e induzir a determinadas práticas de consumo, sempre direcionadas "aos objetivos estruturais da sociedade". Ainda nessa contraposição, se antes era detectado um disciplinamento dos corpos, hoje percebe-se um "controle da produção de subjetividades". Haveria, então, um "novo modelo de dominação, não mais exercido pelo autoritarismo, mas pela tentativa de indução das práticas dos indivíduos (produção dos desejos) (...)".

Nesse cenário, "(...) o controle da violência torna-se, a passos largos, um grande negócio", razão pela qual o medo é "opção ideológica e estética". Em outras palavras, haveria um interesse deliberado em motivar o cidadão ao medo, à insegurança, para que haja não só o controle social dos excluídos (aqueles incapazes de consumir), mas também a reprodução do capital. Sim, o capitalismo precisaria deste segmento de mercado para sobreviver. Com a diminuição dos empregos possíveis (menos consumidores), seria necessário buscar formas criativas de expansão - o que em alguns países tem sido alcançado com a privatização dos presídios e no Brasil com o vertiginoso crescimento das empresas de segurança privada.

Com rigor metodológico e densidade argumentativa, o trabalho desenvolvido é atraente e contundente. Não sem razão, foi premiado pela CAPES como a melhor tese de doutorado de 2008.

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 Ganhadora :

Viviane Roveran, de Valinhos/SP


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