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A importância da controladoria nas pequenas empresas

Carolina Silos Rodrigues e Alfredo Beckert Neto

O presente artigo tem como o objetivo geral demonstrar a importância e os benefícios da aplicação da controladoria como ferramenta estratégica na tomada de decisão e na gestão de pequenas empresas.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Atualizado em 11 de maio de 2017 11:03

1 INTRODUÇÃO

Anualmente surgem milhares de novas empresas no mercado brasileiro, estimulados pela descoberta de novas demandas e pelo espírito empreendedor dos brasileiros. Neste contexto, segundo o Sebrae, mais de 90% do total das empresas ativas no país correspondem a micro e pequenas empresas, o que gera uma grande importância para estas, visto que 52% dos empregos e 27% da geração de riqueza do país são advindos destas organizações.

Baseando-se nestes dados e aprofundando as pesquisas, descobre-se que este grupo de empresas possuem dificuldades quanto a sua consolidação e manutenção no mercado, e fecham as portas em sua maioria antes mesmo de completarem o segundo ano de vida, devido à ausência de informações, decisões tomadas de forma subjetiva gerando falhas gerenciais, e consequentemente o fechamento destas.

Diante do impasse, destas pequenas empresas, da necessidade de elaboração de formas de gerenciamentos de forma eficaz e a ausência de conhecimento por parte dos gestores de como fazê-la, faz-se necessário um estudo para aprofundar estes assuntos, e a partir disso evidenciar a importância, os benefícios e melhorias trazidas pela implantação da controladoria como ferramenta de gestão e melhoria no processo gerencial e de tomada de decisão nas empresas de pequeno porte.

Portanto, o presente artigo tem como o objetivo geral demonstrar a importância e os benefícios da aplicação da controladoria como ferramenta estratégica na tomada de decisão e na gestão de pequenas empresas. Como objetivos específicos, determinou-se: a importância das pequenas empresas na economia brasileira e as dificuldades de manutenção no mercado por elas enfrentadas; a importância da controladoria para a gestão de pequenas empresas; e as funções e responsabilidades do profissional da área de Controladoria.

Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizada como embasamento teórico as informações coletadas por meio da metodologia da pesquisa bibliográfica, ou seja, desenvolvida a partir de materiais publicados em livros, artigos, dissertações, teses e meios eletrônicos.

2 A CONTROLADORIA E AS MPEs

2.1 AS PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

De acordo com Longenecker, Moore e Petty (1997, p. 27), a definição e classificação de uma empresa conforme o seu porte pode variar muito, isto se dá devido a serem adotados diferentes padrões para esta análise e enquadramento, como por exemplo: volume de faturamento, número de funcionários, etc. Porém para o desenvolvimento deste trabalho o conceito e classificação utilizada foi o de MPEs (Micro e pequenas empresas) definida no Estatuto da Microempresa (lei 7.256/84), na qual o enquadramento perante o governo se dá pelo volume de vendas e serviços produzidos, ou seja, faturamento.

Conforme pesquisa do Sebrae³, a quantidade de novas pequenas empresas vem crescendo a cada ano, em 2012 a quantidade superou 26% frente ao ano anterior. A criação de legislações específicas para este tipo de empresa, como por exemplo a Lei das Micro e Pequenas Empresas em 2006, a ampliação dos limites de faturamento para optantes pelo regime de tributação do Simples Nacional em 2012, e ainda a implantação do Microempreendedor Individual (MEI) em 2009 favoreceram o surgimento em massa de novas pequenas empresas.

Antigamente, as pessoas abriam novas empresas quando não conseguiam uma colocação no mercado de trabalho, no entanto, na atualidade esta realidade não é mais tão recorrente. Segundo o relatório publicado pelo Sebrae da Pesquisa GEM 20154, na qual é demostrado o estudo de como o empreendedorismo no país vem crescendo, relata que a motivação das pessoas em empreender se subdividem em duas, sendo elas: por necessidade, no qual a pessoa não possui melhor oportunidade de emprego e não tem outra saída a não ser fundar o seu próprio negócio; e por oportunidade, os quais identificam ou descobrirem uma nova demanda no mercado. Nesta mesma pesquisa, evidencia-se a crescente entre os anos de 2014 e 2015 da TEA (Taxa de Empreendedores Iniciais) de 17% para 21%, e menciona que o principal motivo por este crescimento foi em sua maioria pelo aumento do empreendedorismo por necessidade.

Conforme a plataforma online Empresômetro5, em 2016 as micro e pequenas empresas corresponderam a 92,8% do total das empresas ativas no Brasil, reforçando o pensamento que a nossa economia e a geração de empregos no país é altamente dependente deste tipo de negócio.

Longenecker, Moore e Petty (2007, p.34) expõem que a maioria dos empregos e oportunidades gerados em uma economia em crescimento, como o Brasil, são produzidas pelas pequenas empresas, afirmação esta que pode ser comprovada mediante aos números abaixo descritos, conforme o estudo Participação das Micro e Pequenas Empresas na Economia Brasileira, do Sebrae (2014)6:

  • em um universo de mais de 17 milhões de empresas ativas no Brasil, as MPEs somam mais 15 milhões empresas em atividade;
  • as MPEs são responsáveis por mais da metade dos empregos gerados no país (52%);
  • e ainda por 27% do PIB brasileiro anual, em alguns setores como o Comércio, os empreendimentos de menor porte correspondem a 53,4% da geração de riqueza do segmento.

No entanto, estas empresas apresentam dificuldade em se manterem ativas, principalmente em seus ciclos iniciais, primeiro e segundo ano. Isto se dá, pois elas necessitam passar por um período de aceitação no mercado e ao mesmo tempo lutar contra as investidas da competição natural de mercado. Segundo Souza, (2012, p. 32) as principais causas de fechamento de empresas são:

  • comportamento do empreendedor pouco desenvolvido (pecam pela falta ou pouca habilidade, pouco conhecimento e melhor atitude na condução dos negócios;
  • falta de planejamento prévio (falta de planejamento antes da abertura da organização, e, quando existe, ele é precário;
  • gestão deficiente do negócio (problemas de gestão de-pois que a empresa está em atividade);

Estes fatores exigem, portanto, uma atuação de gerenciamento eficaz, visando sua sobrevivência e consolidação no mercado.

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3 Sobrevivência das empresas do Brasil - 2013.

4 Pesquisa GEM 2015 - Empreededorismo no Brasil - 2015.

5 Ferramenta online idealizada pelo IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação que divulga estudos e estatísticas sobre as empresas no Brasil.

6 Micro e pequenas empresas geram 27% do PIB do Brasil - 2014.

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*Carolina Silos Rodrigues é coordenadora de controladoria do escritório Reis Advogados.

*Alfredo Beckert Neto, formado em Engenharia de Computação, Mestre em Informática, MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria e docente nos cursos de Pós Graduação Uninter.

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