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A cigarra e a formiga

Luiz Fernando Gama Pellegrini

Cabe lembrar e certamente o comando (sic) dos nossos atletas desconhece ou esqueceu que a Alemanha passou por duas guerras e hoje são o que são.

sábado, 12 de julho de 2014

Atualizado em 11 de julho de 2014 12:38

No dia 8 de julho de 2014 o mundo assistiu a um espetáculo maravilhoso, inédito, porém acachapante, catastrófico, ridículo, vergonhoso e porque não dizer humilhante para nós brasileiros, quando então ficou patente a fraqueza, o desmando e a velha tradição de pessoas erradas, no dia e na hora errados que eram os responsáveis pela nossa seleção, lembrando muito os últimos governos que tivemos e ainda temos que nos faz lembrar o período monárquico de Luiz XVI de França e sua rainha Maria Antonieta, que fomentavam situações inverossímeis, fantasiosas e mentirosas na luta pela manutenção do verdadeiro circo em que viviam.

Cabe lembrar e certamente o comando (sic) dos nossos atletas desconhece ou esqueceu que a Alemanha passou por duas guerras e hoje são o que são.

Ingenuidade ou despreparo.

Tudo isso tem estreita relação com o que vivemos presentemente, com Copa ou sem a Copa, que nada mais tinha como razão de ser senão o espetáculo esportivo de grande significado para qualquer país que tenha como missão sediar esse evento de tal magnitude que ocorre a cada quatro anos, mas que não pode e não deve servir de suporte e subterfúgio de interesses outros que não o evento em si.

Segundo a mídia gastou-se uma fortuna para a realização do evento, sem que nos esqueçamos que somos um país de terceiro mundo, com nichos de riquezas isoladas sem que nada tenha se modificado, a não ser para os contribuintes que irão pagar essa enorme conta, sem que nos esqueçamos uma vez mais que em 2016 teremos nova pantomima, dessa feita no Rio de Janeiro e certamente com gastos igualmente astronômicos carreados para os contribuintes.

Isso tudo nos faz lembrar um dos grandes intelectuais franceses, Jean de La Fontaine (8/7/1621-13/4/1695) que escreveu 124 fábulas que posteriormente foram dedicadas ao filho de Luis XIV, sendo que uma delas, quiçá a mais conhecida, "A cigarra e a formiga" que sabiamente demonstrou que nada cai do céu e sim através do trabalho, persistência e seriedade, honestidade quando no final da história mostrou que o desprezo da cigarra em não se preservar do frio de um inverno extremamente rigoroso, contrariamente como fez a formiga, de tal sorte que essa postura levou-a a um fim triste e inesperado, cuja moral da história é a seguinte: CHANTER MAINTENANT.

Enfim, o legado dessa catástrofe tem que necessariamente servir de alerta não apenas para o futebol, que precisa efetivamente ser profissionalizado e não apenas instrumento de fartas alegorias como vem ocorrendo nessas últimas décadas, mas igualmente para os governos, - mesmo porque um é a cara do outro - que devem utilizar o dinheiro público nas suas obrigações constitucionalmente estabelecidas, nada mais.

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* Luiz Fernando Gama Pellegrini é desembargador aposentador do TJ/SP.

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