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Quanto tempo gasto até a aprovação?

Leonardo Pereira

A equação de alguns fatores é determinante para que um candidato seja ou não aprovado em um concurso público.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Atualizado em 13 de outubro de 2015 13:02

Certa vez, em entrevista à Folha Dirigida, fui duramente criticado por mensurar o tempo necessário até que um candidato fosse aprovado em um concurso de nível superior. Na época, as críticas também eram direcionadas ao quanto era necessário ter de dinheiro para se preparar para um concurso público, tema que deixarei para um outro encontro nosso.

Nesses 15 anos de concursos públicos, considero-me minimamente habilitado para dizer a vocês que alguns dos fatores mais relevantes nesse cômputo são:

- A periodicidade com que alguns concursos acontecem;

- O tempo disponível na vida do candidato para o estudo;

- Como o candidato usa esse tempo;

- Conhecimento prévio do candidato e,

- que material consome nesse tempo.

A equação desses fatores é determinante para que um candidato seja ou não aprovado em, por exemplo, um ano e meio de preparação para um concurso de analista administrativo de Tribunal, considerando o candidato que tem foco na preparação específica de determinada carreira.

Parece ousada a colocação, quase uma afronta ao tempo já despendido por aqueles que já estão na estrada há mais tempo, em "condições normais de temperatura e pressão". Mas o fato é que acredito que o resultado de tal operação matemática depende um pouco também do ditado "carro apertado é que anda".

Vou contar-lhes uma história, verídica, alterando o nome para preservar o amigo. Cleverson era advogado em Vitória/ES, quando decidiu prestar o quase impossível concurso para Procurador da República. Antes mesmo de começar a estudar, guardou algum dinheiro que lhe garantiria pouco mais de um ano de preparação, 100% dedicada. Escolhendo o curso preparatório onde eu já atuava, mudou-se para Belo Horizonte pouco menos de um ano e meio daquela que seria a data provável do próximo edital. Cleverson literalmente abria e fechava o curso; aproveitava o fim da aula para tirar suas dúvidas com os professores, devorando toda a bibliografia do concurso na biblioteca. Era determinado, centrado, correto com seus objetivos. Aos sábados, lá estava o simpático aluno, de ponta a ponta. Sabia-se que nos domingos, invariavelmente fazia provas pela manhã e, na sequência, lia os Informativos do STF e do STJ.

Não pensem os afoitos que ele definhava enquanto estudava. Bem humorado e de uma educação privilegiada, tinha tempo para um esporte rápido à noite, além de ter uma muito, muito regrada vida social nesse período. Como podem deduzir da minha narrativa, foi aprovado. Um feito. Ok, fora da curva, nunca avaliei a genialidade dele. Sei que fez o concurso mais difícil que conheço.

Num outro extremo da minha caminhada, vi muitos candidatos tombarem, sabe-se lá há quantos passos do que poderia ser o seu triunfo, tomados pela cólera e desespero, pesando em desfavor deles, o planejamento e a clareza de interesses.

Depois desse grupo, ainda tive a felicidade de ver pessoas que com todos os atributos preenchidos, levaram 4 ou 5 anos para serem admitidas em concursos como a Magistratura e o Ministério Público.

O que gostaria que percebessem é a difícil tarefa de ser quem eu sou, de dizer o que preciso dizer. Não há uma fórmula de sucesso, não há uma conta precisa. Mas o tempo despendido com o atingimento de sua meta pouco importará, desde que você saiba que aquele é o seu destino, desde que você esteja passando por esse período de estudos vendo tudo como oportunidade de angariar mais e mais conhecimento. Minha missão é sempre voltada a dizer-lhe: "é possível" e tem gente que faz em tempo recorde. Mas o que importa é fazer, não desistir, perpetuar em seus propósitos até alcançar, haja o que houver.

Bons estudos.

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*Leonardo Pereira é diretor acadêmico do IOB Concursos.

IBTP - INSTITUTO BRASILEIRO DE TREINAMENTO PROGRAMADO S.A.

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