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Quase 40% dos professores no Brasil não têm formação adequada

Diante de um ensino formal tão lacunoso, cada vez mais estudantes decidem por reforçar seus estudos através de aulas particulares.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Atualizado às 08:41

Segundo dados do Censo Escolar de 2015, as escolas públicas brasileiras contam com cerca de 38,7% dos professores lesionando matérias que não correspondem à sua formação. A notícia foi dada pelo então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, referindo-se aos 200.816 professores da rede. Desde então, não parece ter havido grandes mudanças.

Saiba onde estão as lacunas

O maior déficit está na disciplina de física. Estima-se que ainda hoje cerca de 70% dos professores dessa matéria não tenham sido licenciados para ensinar essa matéria, o que corresponderia a quase 20 mil profissionais despreparados em sala de aula. De acordo com os especialistas, isso se deve ao fato de que o país não forma a quantidade anual necessária de profissionais para dar conta da demanda, que corresponderia a 1,8 mil novos licenciados por ano. Nessa linha de raciocínio, passariam 11 anos até que esse quadre fosse corrigido ou para que esses profissionais tivessem a habilitação correta.

Outras duas disciplinas chaves também apresentam deficiência: língua portuguesa e matemática. A primeira conta com cerca de 42% dos professores sem proficiência para lesionar, o que corresponderia a 67.886 profissionais. Ao lado vemos matemática com um índice ainda maior. Estaria em torno de 51% dos professores sem formação específica ou cerca de 73 mil tutores. Esses números são especialmente alarmantes, por serem estas matérias integrantes tanto em avaliações nacionais como a Prova Brasil, quanto em exames internacionais como por exemplo o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) - ambos utilizados como medidor do desenvolvimento e qualidade educacional.

Nas outras disciplinas a mesma problemática se repete. Biologia alcançou os "melhores" índices, registrando 22,6% dos professores sem formação equivalente. Em química esse valor sobe para 46,3%; geografia, história e ciências calculam 62,3%, 59,1% e 59,9% dos professores dando aulas em matérias que não são formados, respectivamente.

Diante de um ensino formal tão lacunoso, cada vez mais estudantes decidem por reforçar seus estudos através de aulas particulares. Graças às novas tecnologias já é possível que alunos de todas as regiões do país encontrem professores capacitados, acabando por receber aulas on-line. A plataforma Preply é um bom exemplo para entender como esse contato se dá. Lá, professores do mundo inteiro se põem à disposição para organizar aulas e personalizar o ensino de acordo com as necessidades específicas do aluno. Veja aqui.

Como melhorar a formação dos professores?

De acordo com o Ministério da Educação (MEC) algumas medidas devem ser tomadas para que alunos de todo o Brasil conte com um professor melhor formado em sala de aula. A lista incluiu a abertura de 105 mil vagas de formação de professores ainda em 2015. Os cursos de formação foram oferecidos nas férias escolares, pensando evitar uma sobrecarga para os profissionais.

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*Iana Fomina é blogueira e especialista em Desenvolvimento Web e SEO. Mestrado em "Novos Média e Práticas WEB" pela Universidade Nova de Lisboa. Consultora em diversas empresas de Portugal, Brasil e Reino Unido. Possui cinco anos de experiência em TI e gosta de escrever artigos sobre idiomas.

 

 

 

 


 

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