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Cartão com contactless e as possibilidades de fraude

A era das máquinas leitoras de pagamento acompanhada da facilidade de transacionar sem digitar uma senha, abriu uma nova porta ao criminoso sem que este precise bater para entrar.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Atualizado às 11:53

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

Em 2013 surgiu uma nova maneira de realizar pagamentos com cartões sem precisar digitar a senha como forma de validação, sendo apenas necessário aproximá-lo do visor da máquina leitora.

No Brasil não era tão comum esta forma de pagamento que instituições como o Bradesco e o Original já ofereciam, contudo, o Nubank quebrou essa barreira, e o contactless assumiu uma posição de maior interesse entre os usuários. 

A figura do contactless veio para transmitir maior segurança ao usuário para realizar uma compra, pois a proposta é o cartão não sair da posse do titular. Agora, é possível nestes casos a ocorrência de fraude?

Sabemos que nada é 100% seguro, e não seria diferente neste novo cenário. Inegável que a tecnologia por aproximação trouxe mais rapidez nas transações comerciais, mas, o criminoso também achou uma brecha aqui para te ocasionar prejuízos financeiros.

A regra é clara: aproximar o cartão é igual a transação aprovada (limite de R$ 200,00). Assim, os criminosos portando as famosas "maquininhas", se valem da distração das vítimas para aproximar o leitor dos bolsos de suas calças, pois em tese o cartão estaria guardado na carteira e assim facilitaria a confirmação da transação.

Também, os criminosos estão danificando os visores dos leitores, para que você não identifique o valor digitado, e isso ocorre com frequência com os vendedores ambulantes.

Agora, para você se proteger, te indico sempre verificar o estado físico do leitor antes de aproximar o seu cartão. É melhor desistir de uma compra, do que ter um prejuízo financeiro.

Em segundo lugar, em nenhuma hipótese forneça o cartão ao vendedor. O principal benefício do contactless é o cartão não sair da mão do titular, e por isso, entregá-lo poderá ser um grande erro. Os criminosos são rápidos, e pode existir outro leitor que não esteja visível, mas que pode ser utilizado para capturar mais valores pelo cartão.

E por fim, utilize um protetor RFID que bloqueia o sinal do cartão. Existem películas protetoras, bem como carteiras específicas para esta proteção.

Essas são as principais recomendações para evitar uma fraude através de cartão com função contactless, pois as instituições estão se opondo ao estorno, sob fundamento de que o cartão é de sua responsabilidade e cabia a você garantir a devida proteção. Diversos casos acabam virando processos judiciais por conta disto, logo, o melhor caminho é buscar se proteger.

E caso você se torne uma vítima, o que fazer? O pimeiro passo é verificar no extrato o nome que identifique o meio de pagamento (como Cielo, Mercado Pago, Pagseguro, etc.), e entrar em contato informando a fraude e solicitando o bloqueio dos valores.

Digo isto, pois a empresa poderá verificar se o dinheiro consta ainda na conta do suposto vendedor para imediatamente bloqueá-lo, e inclusive, serve como base para descredenciamento do mesmo de tal forma que ele não aplicará o golpe em outras pessoas.

Ao final, acione a sua instituição e reporte o ocorrido, sendo indispensável a realização de um boletim de ocorrência para que ocorra a devida investigação.

O cartão contactless veio com a função de estimular o crescimento das transações, e consequentemente movimentar a economia, dando mais facilidade ao consumidor. A tecnologia não está com outra função senão beneficiar sempre o destinatário final, contudo as devidas proteções devem ser tomadas.

Fernanda Tasinaffo

Fernanda Tasinaffo

Advogada Especialista em Direito Digital, Ouvidora no PagSeguro - PagBank, Perita Grafotécnica e Documental

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