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Saiba como o auxílio emergencial americano de 1400 dólares pode prejudicar a economia do país

Daniel Toledo

O dinheiro é um poder finito, então quando ele é tirado de determinado lugar e aplicado em outro, passa a faltar onde ele estava anteriormente.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Atualizado às 08:05

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

Nos últimos dias tivemos uma novidade lançada por Joe Biden que pode ter deixado muitas pessoas felizes. Trata-se de um auxílio emergencial para todos os americanos e tem como objetivo aquecer a economia do país. A proposta pode agradar muitas pessoas, especialmente aqueles que são mais direcionados para o partido democrata, à esquerda e às políticas assistencialistas. No entanto, é preciso lembrar que o valor está saindo de um lugar em que poderá fazer falta e é preciso pensar no dia de amanhã.

O dinheiro é um poder finito, então quando ele é tirado de determinado lugar e aplicado em outro, passa a faltar onde ele estava anteriormente. É possível comparar a situação com a do Brasil em meados de 2020 com a distribuição do auxílio emergencial, em que eu vinha alertando a respeito do risco de aumento da inflação. Atualmente, o Brasil já apresentou duas mudanças de metas devido ao crescimento constante dos valores, impactando na perda do valor da moeda (real) e aumento de preços de diversos produtos.

O congresso americano está atualmente discutindo a aprovação da quarta e quintas parcelas referentes ao "Stimulus Check" de até US$ 1400.00 por pessoa com o intuito de melhorar a economia. Todos que fizeram a declaração de imposto de renda nos últimos anos receberam esse auxílio, inclusive eu mesmo, mas optei por não os utilizar para evitar problemas caso eventualmente surja alguma cláusula restritiva, relacionada a esses benefícios.

Uma das coisas que me chamou atenção nas últimas notícias é a respeito de uma petição com mais de 2 milhões de assinaturas enviada ao congresso para que seja aprovado a liberação de US$ 2000.00 por pessoa ao mês, sem determinar o período de tempo. A iniciativa é de uma comerciante do Colorado, Stephanie Bonin.

Muitos devem pensar que isso é realmente uma ótima opção para os Estados Unidos. Para famílias com esposa, marido e um único filho, a ajuda pode chegar à soma de US$ 6000.00, um valor até mais alto do que a família ganharia normalmente trabalhando. Esse auxílio gera o que vem acontecendo nos últimos meses: pessoas abandonando o emprego, pois já recebem do governo, aumentando a taxa de desemprego e iniciando o ciclo do assistencialismo, que não aquece a economia.

Com essa situação em andamento, é possível que seja necessária a emissão de moeda, algo que o país historicamente faz com frequência, mas que não é saudável para a economia. Desde o início da pandemia, ainda na gestão de Donald Trump, vimos que existe uma pressão pela queda do dólar, vindo tanto da China quanto da Rússia, que age indiretamente. 

A emissão do valor sugerido por Bonin, quando multiplicada pela população dos Estados Unidos, pode chegar a 800 bilhões de dólares ao mês e os US$ 1400.00 que estão sendo analisados pelo congresso americano já ameaçam a alta da inflação, especialmente em um momento em que o governo está atuando no aquecimento da economia com a impressão de novas notas. Ainda assim, acredito que pelo menos mais uma parcela deve ser aprovada nos próximos dias.

No momento, muitas cidades estão com políticas de reabertura, o que por si só é um indício de que os negócios voltam a lucrar e melhorar a situação financeira das pessoas após esse período de pandemia. Tenho certeza que o trabalho pode ser mais benéfico para o país do que a política de sustento.

Daniel Toledo

Daniel Toledo

Advogado do escritório Toledo Advogados Associados. Especializado em Direito Internacional. Consultor de negócios. Palestrante. Membro da Comissão de Direito Internacional da OAB/SP e Santos.

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