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Racismo não é brincadeira

Já dizia o brasileiro Jobim: "O Brasil não é para amadores".

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Atualizado às 09:28

(Imagem: Arte Migalhas)

É preciso, de uma vez por todas, que nós brasileiros entendamos o papel da educação crítica para compreensão dos comportamentos sociais tupiniquins. Neste famigerado caso na Cidade de Goiás, há que se observar que o "homem cordial", de Sérgio Buarque de Holanda, funde-se à "banalidade do mal", de Hannah Arendt, e ao menino Brás, de Machado de Assis, para nos contar que a nossa sociedade é, de maneira desastrosa, analfabeta política e socialmente.

A percepção de "brincadeira" dos escravizados do século XXI, protetores do "algoz e senhorzinho estudado", é a prova de que o sistema educacional básico do Brasil é digno de repúdio internacional. Já a percepção de "brincadeira" do "senhorzinho de branco" é a concretude de que a educação superior do Brasil tornou-se uma "tiktok house", habitada pela absoluta ignorância pragmática. Não deveria ser possível um profissional ter concluído um curso de graduação em medicina, em direito, em engenharia ou qualquer outro curso, sem que tivesse lido (com senso crítico) o Abolicionismo de Nabuco, a Casa Grande e Senzala de Freyre, e as Raízes de Sérgio Buarque de Holanda.

Já dizia o Brasileiro Jobim: "O Brasil não é para amadores". Eu concordo, porém uma educação de excelência nos livraria desse amadorismo. Cheguei à conclusão de que esse texto-marketing (até bem-intencionado, como é o meu) poderá até "lacrar", mas o que resolverá mesmo é a educação de excelência.

Com tristeza (mas esperança).

Carlos André Pereira Nunes

Carlos André Pereira Nunes

Professor e advogado, fundador do Instituto Carlos André.

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