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Hidrogênio verde: futuro protagonista da matriz energética nacional

Como afirmou o ministro da ciência, tecnologia e inovação, Paulo Alvim, o hidrogênio verde já é uma realidade no Brasil.

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Atualizado às 09:52

No momento em que todas as atenções estão voltadas para a regulação do mercado de crédito de carbono, em razão do congresso mercado global de carbono que aconteceu entre os dias 18 e 20 de maio no Rio de Janeiro, o hidrogênio verde ou hidrogênio sustentável também foi pauta importante em alguns painéis, já sendo apontado como a "galinha dos ovos de ouro" no futuro da matriz energética brasileira.

Embora muito se fale sobre o cenário europeu, que está mais avançado em relação ao desenvolvimento de tecnologias e à regulação desse tipo de energia sustentável, não restam dúvidas de que o potencial do Brasil é infinitamente maior, pois pode gerar até 700 gigawatts (GW) de energia e atingir 100 bilhões de dólares.

Os números apresentados pelo ministro do meio ambiente, Joaquim Leite, são arrojados e empolgantes, o que já era de se esperar, pois o hidrogênio verde é tido como a melhor solução para descarbonizar setores poluentes, como o siderúrgico e o de transporte pesado, ou seja, torna-se o principal vetor para reduzir as emissões de carbono no setor de energia nos próximos anos.

Não é à toa que foi apresentado, no cenário nacional, o recente projeto de lei 725/22, que insere o chamado hidrogênio verde na matriz energética brasileira, assim como estabelece, dentre os principais pontos, a inserção do hidrogênio como vetor energético de transição para a economia de baixo carbono e a consolidação da produção nacional do hidrogênio em bases competitivas e sustentáveis; e obriga a adição de hidrogênio no ponto de entrega ou ponto de saída nos gasodutos de transporte, progressivamente, nos percentuais de 5% a partir de janeiro de 2032 e 10%, a partir de janeiro de 2050.

Como afirmou o ministro da ciência, tecnologia e inovação, Paulo Alvim, o hidrogênio verde já é uma realidade no Brasil. A prova disso é que a Shell assinou um memorando de entendimento com a prumo logística - parceria anunciada durante o evento mercado global de carbono - para desenvolver um projeto de produção de hidrogênio verde no Porto do Açu, em São João da Barra/RJ, com capacidade inicial de 10 megawhatts (MW), podendo ser ampliada para 100 MW.

O hidrogênio arco-íris - abordagem que está sendo dada à transição gradual da produção de hidrogênio existente para o hidrogênio verde baseado em energias renováveis - chegou para ficar no cenário nacional, e o Governo Federal tem objetivos arrojados de investimentos e, posteriormente, pretende exportar esse tipo de energia sustentável. O ministro Paulo Alvim pontuou, ainda, que o governo fará um investimento de mais de R$100 milhões em uma chamada destinada a empreendedores que desejam desenvolver esse tipo de tecnologia.

No fim das contas, a "galinha dos ovos de ouro" se mostra como a melhor solução para descarbonizar setores poluentes, impactando positivamente e de forma pujante, portanto, o mercado de créditos de carbono, que, a partir de agora, começa a ser regulado. A torcida é para que essa sucessão de fatores voltadas à concretização de uma matriz energética sustentável não tenha volta, pois, nesse efeito dominó, quem sai ganhando é a sociedade e, sobretudo, o meio ambiente.

Alysson Nascimento

Alysson Nascimento

Advogado da área de Ambiental do Lobo de Rizzo.

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