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O encontro necessário da advocacia com a tecnologia

O texto traz a reflexão e a importância da necessidade atual que o advogado precisa possuir com relação à tecnologia.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Atualizado às 14:00

A advocacia é um espetáculo de doutrinas, jurisprudências e vasto conhecimento do direito. No entanto, chegamos em um estágio que o direito precisa se unir e interagir com tecnologia.

Calma! Não estou falando que para atuar na advocacia é necessário fazer um novo curso ou formação na área de tecnologia. Mas sim, compreender a tecnologia.

Na verdade, para ser mais claro, qualquer profissional hoje precisa entender de tecnologia nos seus conceitos básicos de acordo com sua área de atuação, ou estará com pezinho fora do mercado.

Voltando para advocacia, pare um momento e olhe em volta, tudo está no digital, seus processos, seu trabalho, sua pesquisa, seus cursos, e, em principal, o seu cliente. As empresas estão no digital, estão na internet.

Se no dia normal do seu trabalho o seu cliente te pergunta: se o protocolo de IP gerado na sua plataforma ajudaria como prova no processo judicial de relação consumerista.

Se a pergunta acima fez ou não sentido para você, não importa, o que conclui-se da situação relatada é que, a advocacia precisa andar de mãos dadas com a evolução tecnológica.

Assim, a tecnologia hoje alcança o direito em todas as suas diversas áreas e especialidades, seja, para o advogado tributarista, consumerista, trabalhista, penalista e até para o novo direito digital.

A advocacia precisa flutuar na linguagem do mundo digital e navegar na sua constante evolução. Não estou aqui falando que os advogados agora terão que fazer códigos e programação, a não ser que esse trabalho te encante. Mas é preciso falar e entender essa linguagem especial.

O advogado não pode mais se dar ao luxo de ser completo leigo da informática, afinal qualquer ser mortal de hoje depende de mínimo conhecimento da tecnologia nas suas atividades profissionalizantes.

No entanto, é eficaz trazer a reflexão que apenas a linguagem informática para a advocacia pode não ser demasiadamente suficiente. Faz-se necessário um entendimento e um vocabulário próprio voltado para cibernética jurídica, envolvendo as leis e peculiaridades específicas da tecnologia no ambiente real da advocacia.

A advocacia necessita transitar entre o direito da ciência humanas e a tecnologia da ciência exatas, como grandes amigos de mãos dadas dentro da nossa sociedade e economia de dados e informações.

O direito precisa lidar com novos protagonistas da sociedade digital como: usuário, hacker, provedores, titulares dos dados, controlador, operador, dentre outros.

O advogado precisa entender sobre o digital, o virtual e agora o metaverso, afinal é para lá que esperamos que os clientes e a sociedade comecem a migrar levando com elas os seus direitos e reflexões.

O advogado ainda necessita de compreender sobre internet, IP, porta lógica, domínio, blockchian, código hash, criptomoedas, etc.

Ou seja, migramos da nossa sociedade para o digital. Assim, as provas, indícios e evidências do nosso trabalho do dia a dia também estão no digital, necessitando de um novo conhecimento sobre preservação e validação.

Resta claro, que o encontro do direito com a tecnologia é algo real no judiciário, afinal já possuímos legislações específicas voltadas para o ambiente digital e informático.

Não há como negar que o direito migrou para digital e é lá que os advogados precisam enxergar a advocacia, acompanhando as transformações sociais no âmbito da internet.

Fabiola Grimaldi

Fabiola Grimaldi

Advogada empresarial com foco no digital e proteção de dados (LGPD). Co-fundadora do e-commerce PACOTE LGPD.

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