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Tendências para advogados em 2023

Conheça as sete tendências para advogados em 2023.

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Atualizado às 14:42

Estamos atravessando profundas transformações no Brasil e no mundo. O cenário é marcado pelo pós-pandemia, mudanças e incertezas políticas, além de demandas cada vez mais exigentes dos stakeholders e dos atores do mundo corporativo.

O ano de 2023 deve seguir essa toada de incertezas, de volatilidade, de demandas tecnológicas, com um incremento ainda maior das demandas regulatórias, como estamos vendo nas práticas de Compliance e ESG.

Para navegar por essas mudanças, as empresas precisam de departamentos jurídicos e escritórios de advocacia que sejam facilitadores do ambiente normativo complexo que encontramos ao realizar negócios no Brasil.

Com efeito, destacamos, a seguir, sete tendências importantes para o ano de 2023 no tocante a prática da advocacia.

1- Jurídico estratégico ou influenciador

Antes vista como uma área que só apontava riscos e representava custos para as empresas, o departamento jurídico atual precisa atuar de forma estratégica e cirúrgica, de modo a prevenir riscos, otimizar custos, propor soluções inteligentes, conectar as diversas áreas da empresa e viabilizar projetos dentro da lei. Não basta apenas analisar e dizer que não está de acordo com a lei tal. É preciso encontrar soluções e caminhos com o menor custo possível. É preciso inovar e pensar de forma ampla e estratégica. É importante influenciar e formar alianças com áreas parceiras, com a liderança e as operações.

2- Foco no resultado

O que interessa para os nossos clientes é o resultado que podemos produzir, considerando o arcabouço jurídico vigente. Poucas vezes será profundamente necessário discorrer sobre leis e pareceres técnicos por longas horas. O objetivo do advogado estratégico deve ser garantir que o interlocutor compreenda as mensagens importantes. O que mais vai impactar o cliente é enxergar quais são os caminhos e soluções possíveis, seus riscos, vantagens e desvantagens. Quem der foco para o resultado, para a solução do problema, ao invés de só pontuar as dificuldades, vai levar vantagem.

3- Comunicação assertiva

Sabemos que a advocacia requer habilidades de escrita e oratória para qualquer das suas áreas de atuação. Quem se dedica a aprimorar tais habilidades, aquele que sua forma de comunicação e sua mensagem, consegue ser assertivo, sem ser raso. Seguramente se posicionará melhor em um mundo em que a rapidez e o imediatismo são tão presentes.  

4- Mindset digital

O nosso mundo é digital, tecnológico, rápido, volátil e em constante mudança. O convite do ano de 2023, assim com em anos anteriores, é mergulhar nas soluções tecnológicas que podem automatizar as tarefas da advocacia, tornando-as mais ágeis. Quem automatizar e se debruçar nas soluções tecnológicas, ganhará tempo para aperfeiçoar o seu atendimento e prestar um serviço mais confiável ao cliente.

Além disso, fazer uso das redes sociais para fortalecer a marca pessoal segue sendo uma forte tendência para esse ano. Como diz o historiador Leandro Karnal em entrevista à CNN "somos dependentes do marketing pessoal que as redes representam". Podemos usar as ferramentas a favor da nossa empregabilidade, com vistas a captar clientes, promover o escritório ou empresa em que estamos trabalhando, sempre respeitando os limites do nosso Código de ética. Escrever artigos, participar de eventos, ser membro de Associações, ter sua página atualizada nas redes sociais, são atividades quase que mandatórias para o mundo e o contexto em que vivemos.

5- Análise de riscos

Sabemos que no Brasil o ambiente regulatório é desafiador, cheio de normas e regras estaduais, municipais, federais, ambientais, tributárias etc. que demandam trabalho de sobra para os departamentos jurídicos e escritórios de advocacia. Somado a isso, as empresas precisam atender as demandas dos stakeholders e acionistas que envolvem melhores práticas, criação de comitês e políticas internas que regulem e melhorem a qualidade dos negócios. Diante de um ambiente tão complexo, é imperativo que o advogado seja capaz de analisar os riscos, classificar sua probabilidade e propor soluções eficientes de forma personalizada para o negócio em que seus clientes atuam. Não há uma camiseta tamanho único que serve para todos os clientes. É preciso ser minucioso, compreender o negócio e propor soluções eficazes, analisando os riscos envolvidos.

6- Experiência do cliente

Aprofundando o item anterior, terão mais êxitos os advogados e escritórios que deem importância e foco para a experiência do cliente. Perceber o comportamento do cliente, a forma como ele quer se comunicar, quais são suas dores, quais feedbacks eles têm sobre o serviço, se faz fundamental para compreender sua jornada de compra, antecipar suas necessidades e mantê-lo satisfeito.

7- Resiliência

Aquele que se adapta, que se sobrepõe a momentos incertos e de crise, utiliza-se da resiliência para seguir adiante. Em um mundo pós-pandêmico, quem tinha dúvidas da importância da resiliência para a vida e o trabalho, deve ter se convencido. Quanto mais resiliente e abertos estivermos as mudanças que se apresentarem, mais competitivos seremos.

Citando novamente o historiador Leandro Karnal, "não adianta pensar no mundo como era ou deveria ser, só tenho o mundo real à frente, portanto tenho que trabalhar com o mundo presente, para evitar a fantasia, esse é o mundo atual".

Eloá Ferreira

VIP Eloá Ferreira

Coordenadora Jurídica com 12 anos de atuação em contratos, societário, M&A, compliance e governança corporativa.

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