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Tendências para o setor de advocacia e tecnologia em 2023

Andréia Andreatta

O marketing de relacionamento é indispensável, estruture se possível um time interno para trabalhar com agências especializadas.

terça-feira, 14 de março de 2023

Atualizado às 07:59

A tecnologia avança rapidamente nos mais diversos segmentos, proporcionando não apenas uma transformação digital, mas também cultural. Independente de qual seja a área, o profissional precisa acompanhar as constantes mudanças tecnológicas e se atualizar para se manter em sintonia com o mercado e clientes.

Na área do Direito, as soluções tecnológicas são cada vez mais frequentes nos escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de empresas. Além de ferramentas como, por exemplo, os softwares jurídicos, o profissional precisa acompanhar e dominar os atuais conceitos tecnológicos e de gestão. Eles impactam na comunicação, no atendimento, nas relações sociais, nos negócios, nos processos de trabalho, no meio ambiente e na economia.

Importante lembrar que a tecnologia não substitui o trabalho humano na advocacia, mas pode ser uma ferramenta valiosa para aprimorar o trabalho dos advogados e tornar a justiça mais acessível e eficiente.

Nas minhas pesquisas diárias das movimentações no mercado jurídico, acompanhamento nas mudanças tecnológicas e cenário dos nossos clientes, venho apontar algumas tendências, divididas em cinco categorias: Cliente é prioridade; Talentos e Sustentabilidade; Mais digital; Gestão e Processos; Marketing. Essa lista apresenta uma proposta que os profissionais do Direito devem esperar para 2023.

Confira o que estará em alta no setor de Advocacia e Tecnologia neste ano:

Cliente é prioridade:

Busca por personalização:

Foi-se a época em que o atendimento era padronizado. Clientes têm expectativas cada vez mais altas, pouco tempo e muitas ofertas de produtos e serviços no mercado. Falar com bots, por exemplo, para resolver problemas e tirar dúvidas simples é muito bem-vindo, mas quando se trata de questões mais complexas e direcionadas, o agente humano é a preferência. O estudo global CX Trends, apresentado pela Zendesk, revela que os consumidores esperam ter cada vez mais experiências imersivas. De acordo com o relatório, focado em tendências de Customer Experience (CX, ou Experiência do Cliente), 61% dos consumidores esperam ter experiências cada vez mais naturais e fluidas, o que inclui o atendimento pós-venda.

Legal Design:

Com uma abordagem que combina o Design Thinking e a tecnologia, a proposta é facilitar a comunicação. No Direito, esta prática é chamada de Legal Design, que consiste na utilização de elementos visuais como gráficos, ícones, imagens, cores diferenciadas, e outros recursos na concepção e elaboração de documentos. Um complemento valioso são as plataformas de geração de documentos, em que modelos ficam centralizados, seguros, colaborativos e facilmente acessíveis. Personalização e padronização é resultado.

A era do User Experience (UX)

O conceito de User Experience (UX) foca em práticas e estratégias para melhorar a experiência dos usuários em plataformas digitais, como a implementação e utilização de softwares jurídicos que permitam que documentos sejam criados adotando prática de Legal Design, que dashboards e relatórios possam ser cada vez mais completos, interativos, mais visuais e a uma das mais importantes: implementação de um portal para acesso aos clientes do escritório. A personalização facilita o acesso às informações, sendo um canal de comunicação eficiente.

Talentos e sustentabilidade

Talentos

Employee experience ou experiência do colaborador está em alta quando falamos em gestão de talentos. Portanto, pensar em como serão os pontos de contato desde o processo seletivo, contratação, onboarding, treinamentos, até o crescimento podem oferecer uma ótima experiência para novos colaboradores. Soluções para organizar, aprimorar e automatizar a jornada também fazem parte deste contexto. Adotar políticas e práticas para atrair e reter os melhores talentos, investir em plataformas de feedback e engajamento são boas alternativas.

Sustentabilidade

Em alta no ambiente empresarial, o conceito ESG - Environmental, Social and Governance em português, Ambiental, Social e Governança, já influencia na escolha das marcas que consomem e dos serviços que contratam e ganha espaço na transformação positiva, em empresas que assumem compromisso com a sustentabilidade. Esta pauta impacta tanto nas estruturas dos escritórios quanto no surgimento de uma nova área de atuação.

Mais digital

Community commerce

Nada melhor para um profissional do Direito ou para um escritório de advocacia do que ter seu trabalho reconhecido e repercutido de forma espontânea. É esse o conceito de community commerce, quando o próprio público viraliza um produto ou serviço de forma orgânica e autêntica de forma online.

Criptomoedas e Blockchain

Não há como negar que o Blockchain e as criptomoedas serão comuns daqui a um tempo em nossas vidas. Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex, afirmou que "Em 10 anos, todos os ativos serão digitais". Assim sendo, é primordial que os escritórios de advocacia entendam sobre esta matéria, saibam onde se encontra e como podem se adaptar a esta nova realidade.

Cibersegurança e LGPD

O direito digital está se tornando cada vez mais importante, questões como segurança de dados e privacidade online são temas urgentes. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é uma legislação brasileira que entrou em vigor em 2020. Ela estabelece as regras sobre coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais, visando proteger a privacidade e a liberdade dos titulares dos dados. A lei se aplica a todas as empresas e instituições que processam dados pessoais, independentemente de sua área de atuação. A LGPD prevê penalidades rigorosas para o não cumprimento das suas disposições, incluindo multas de até 2% do faturamento da empresa. A lei também cria a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), responsável por fiscalizar e regulamentar o cumprimento da lei. Advogados devem estar familiarizados com a LGPD para auxiliar seus clientes na adequação à lei e prevenção de possíveis sanções.

Gestão e processos:

Metodologias ágeis

Inicialmente criadas para o desenvolvimento de softwares, as metodologias ágeis ficaram muito populares no mundo corporativo e há algum tempo ocupam um espaço na advocacia. Essas metodologias têm como prioridade o trabalho em equipe. Entre as mais utilizadas no ambiente jurídico estão Lean, Kanban e Scrum. Pode ajudar muito as empresas a melhorar a eficiência, a colaboração e a qualidade dos serviços, além de aumentar a satisfação do cliente.

Inteligência Artificial

Novas tecnologias ganham cada vez mais espaço em vários setores, na advocacia não é diferente, com um potencial significativo, ferramentas são criadas baseadas nestas tecnologias. A aplicação de inteligência artificial atualmente já é um recurso oferecido nos softwares jurídicos com bastante ênfase na otimização das tarefas repetitivas, no aumento de assertividade e na redução de riscos e também, por exemplo, em chatbots e assistentes virtuais que ajudam a responder perguntas dos clientes.

Automação

Aumento na eficiência e produtividade são pré-requisitos para escritórios que estão em crescimento e é ela a automação fator fundamental no alcance destes objetivos. O crescimento do negócio muitas vezes depende disto e muitos softwares jurídicos oferecem formas de automação. O ideal é buscar soluções que automatizem desde o recebimento das publicações, gestão dos prazos, gestão financeira, elaboração de peças processuais até o protocolo.

Marketing:

Marketing jurídico

Fortalecimento da marca do escritório, atrair novos clientes, estabelecer autoridade, credibilidade e melhorar a relação com os clientes, são resultado de estratégias bem elaboradas de marketing. A competição na área jurídica não é diferente das demais e aumenta a cada dia. Investir em marketing significa estar no jogo e ganhar cada vez mais relevância no mercado garantindo crescimento do negócio. Aqui vão algumas dicas: invista em marketing de conteúdo e divulgue nas redes sociais respeitando o perfil de usuários de cada rede, mais do que participar, faça palestras em eventos da área, promova cursos e treinamentos. O marketing de relacionamento é indispensável, estruture se possível um time interno para trabalhar com agências especializadas.

Andréia Andreatta

Andréia Andreatta

Diretora de Marketing e Sucesso do Cliente da Preâmbulo Tech.

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