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A advocacia preventiva e a necessidade de atenção aos processos de execução das tarefas

A advocacia preventiva atua antes da ocorrência do problema, ao passo que a advocacia tradicional, de reação, atua após a ocorrência do problema.

terça-feira, 18 de julho de 2023

Atualizado às 13:10

Afora as questões mais técnicas tratamos no meu newsletter percebo que é necessário que venham reforçadas algumas ideias que são fundamentais para que qualquer estratégia funcione e que naturalmente estão relacionadas a advocacia preventiva.

Em razão disto, então, alterno alguns newsletters neste sentido.

SÉRGIO era negociante.

Algumas vezes conseguia fechar os negócios.

Outras vezes não conseguia.

Só que ele não se dava ao tempo de analisar 'porque' conseguia fechar e 'porque' não conseguia fechar os negócios.

E assim ia, vamos dizer, ao sabor dos ventos.

Conhece alguém assim?

Certamente sim.

Só que infelizmente o mundo cada vez menos permite estas situações.

No mundo, especialmente no mundo atual, ou se está crescendo, evoluindo, ou se está morrendo.

Não existe a opção de ficar parado.

Porque estou dizendo isto?

Porque tenho certeza de que cada um de nós, a cada dia, realiza algo melhor do que fez antes.

Talvez não se dê conta.

Talvez fique irritado por ter errado.

Por ter que refazer.

A única diferença no processo de execução é a nossa reação.

Xingar.

Gritar.

Brigar.

Nada disto faz parte da solução e da evolução.

Fazendo um curso sobre MAPEAMENTO DE PROCESSOS no final de semana o instrutor fez questão de destacar de que 'o problema está sempre no processo, não nas pessoas'.

Porque isto?

Porque o processo deve ser claro, deve ser seguro o suficiente para que possa ser executado com correção e segurança.

E cabe a nós torna-lo assim.

Seja para nós.

Seja para os outros.

Devem existir regras.

Devem existir processos.

Deve haver uma verificação e correção contínuas.

Isto fica muito claro na comunicação.

Quantos erros ocorrem por falta ou falha na comunicação?

A verdade é que ninguém quer errar.

Se erra é porque algo não funcionou.

Não é alguém que não funcionou.

É ALGO.

É isto que precisa ser corrigido.

Devemos, por exemplo, evitar orientações verbais.

Imagine você ter 100 empregados e passar orientações verbais a eles.

Como elas serão entendidas por cada um deles, considerando seu es-tado de ânimo, cultura, instrução e formação profissional?

Nem vou falar em comprometimento.

Quantas vezes você terá que passar a mesma orientação?

Agora troque orientação verbal por uma orientação escrita.

Até mesmo desenho.

Um manual.

Um treinamento.

Como você acha que será o resultado?

Penso que fica fácil perceber a diferença.

Até porque no momento em que você materializa a orientação a mesma fica mais clara e até mesmo expõe alguma falha que poderia existir.

No início deste newsletter considerei uma situação pessoal, da própria pessoa.

Vamos considerar o quadro a partir da última situação tratada, ou seja, da execução do serviço por terceiros, sejam empregados ou não.

Você solicita a realização do serviço e não dá nenhuma orientação.

O serviço não é feito corretamente.

Você troca os funcionários.

Solicita a realização de serviços e novamente não dá nenhuma orientação.

Novamente o serviço não é feito corretamente.

Você troca novamente os funcionários.

Agora imagine que o funcionário esteja fazendo certo, depois de muito tempo e muitas orientações verbais, e resolva sair.

Terá que ser iniciado todo o processo.

Certo!

Quantas vezes você vai trocar os funcionários?

Pode ser infinitamente.

Pode ser mais vezes do que gostaria.

Isto até entender que o problema não são as pessoas.

É o sistema.

É o processo.

Existem muitas técnicas e processos que se pode adotar, mas eu particularmente acho muito interessante o KAISEN, que é composto de etapas que deixam claro cada ação a ser realizada e que podem ser assim resumidas:

  1. Identifique uma oportunidade de melhoria;
  2. Mapeie o processo que deve ser melhorado;
  3. Desenvolva a solução;
  4. Implemente as mudanças no evento;
  5. Analise os resultados obtidos;
  6. Organize um padrão;
  7. Planeje o futuro.

Só precisamos continuar 'aprendendo a ler', como destaquei em news-letter anterior.

A advocacia preventiva não se preocupa e não atua só na solução do problema.

Claro que ela busca resolver o problema, porque não exclui a advocacia reativa, de defesa.

Mas ela quer voltar.

Ela quer ir além.

Na verdade, ir antes.

Ela quer olhar o processo que causou a ocorrência do problema e te ajudar a corrigir ele.

Já disse antes e volto a repetir que A ADVOCACIA PREVENTIVA ATUA ANTES DA OCORRÊNCIA DO PROBLEMA, AO PASSO QUE A ADVOCACIA TRADICIONAL, DE REAÇÃO, ATUA APÓS A OCORRÊNCIA DO PROBLEMA.

Naturalmente elas não se excluem.

Ao contrário, se complementam.

Mas é na advocacia preventiva que você irá encontrar orientação e uma maneira de evitar ou reduzir a ocorrência de problemas.

Adote esta ideia.

Melhor ainda, a transforme num hábito.

Afinal,

VOCÊ

BEM INFORMADO

DECIDE

MELHOR.

André Roberto Mallmann

VIP André Roberto Mallmann

Bacharelado em ciências jurídicas e sociais pela UNISC no período de 1982 a 1986, pós-graduado em direito das coisas pela UNIVATES e atualmente cursando MAB na PUC-RS.

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