Inteligência artificial vai substituir o perito?

A questão de se a inteligência artificial (IA) pode substituir completamente o trabalho de um perito grafotécnico é um tema complexo e altamente debatido. Embora a IA tenha avançado significativamente nas últimas décadas e continue a evoluir, há várias razões pelas quais é improvável que ela substitua completamente a expertise de um perito grafotécnico. Aqui estão algumas razões-chave: 

Contexto e interpretação humana: A análise de documentos questionados, como assinaturas e escrita à mão, muitas vezes exige uma compreensão profunda do contexto e da intenção por trás do ato de escrever. A IA pode identificar padrões e características, mas muitas vezes carece da capacidade de interpretar nuances e sutilezas que um perito grafotécnico humano pode discernir. Isso inclui fatores como a pressão da caneta, o estado emocional do escritor e o propósito da escrita. 

Adaptação a novas técnicas: A escrita fraudulenta está em constante evolução, com falsificadores desenvolvendo novas técnicas para enganar sistemas de segurança. Os peritos grafotécnicos humanos são capazes de se adaptar a essas mudanças, aprendendo e aplicando novos métodos de detecção. A IA requer treinamento constante e atualizações para acompanhar as tendências em falsificação, o que pode ser um processo demorado e custoso. 

Coleta de evidências: Além da análise puramente gráfica, os peritos grafotécnicos também podem coletar evidências e depoimentos de testemunhas para apoiar suas conclusões. Eles são frequentemente chamados a depor em tribunal como especialistas. A IA não possui a capacidade de investigar ativamente, entrevistar testemunhas ou apresentar seu caso em um tribunal. 

Variedade de casos: Os peritos grafotécnicos podem lidar com uma ampla variedade de casos, desde a verificação de assinaturas em documentos legais até a investigação de documentos questionados em casos criminais. Cada caso é único e pode exigir abordagens diferentes. A IA pode ser eficaz em casos simples, mas pode enfrentar dificuldades em casos mais complexos que exigem um alto nível de discernimento humano. 

Ética e responsabilidade: A decisão de autenticar ou não os documentos é uma responsabilidade séria que pode ter implicações legais significativas. Os peritos grafotécnicos são treinados para operar de acordo com padrões éticos rigorosos, enquanto a IA pode apresentar desafios em relação à responsabilidade e ao viés, especialmente se os dados usados para treiná-la forem tendenciosos. 

Complementaridade da IA: Embora a IA possa ser uma ferramenta valiosa para peritos grafotécnicos, ajudando a automatizar tarefas repetitivas e identificar padrões iniciais, ela é mais eficaz quando usada como uma ferramenta complementar à experiência humana, em vez de uma substituição completa. 

Em resumo, embora a IA tenha avançado consideravelmente na área de análise de documentos, a complexidade, interpretação contextual e a natureza em constante evolução da falsificação escrita tornam improvável que a inteligência artificial substitua inteiramente o perito grafotécnico. A expertise humana, o julgamento e a habilidade de adaptação continuam sendo cruciais para a determinação precisa da autenticidade de documentos questionados.