Precatórios em SP: Um escândalo silencioso
A situação dos precatórios em São Paulo é alarmante: Com filas travadas e dívidas bilionárias, esperar virou prejuízo certo.
quinta-feira, 10 de abril de 2025
Atualizado às 14:00
Se você é credor de precatórios do Estado ou do município de São Paulo, a realidade é dura e inegável: esqueça o prazo constitucional e prepare-se para esperar por anos - ou até décadas. O que deveria ser o pagamento de uma dívida líquida, certa e exigível se transformou em um labirinto institucional, onde a previsibilidade foi jogada pela janela e o credor virou refém de um sistema ineficaz.
Estado de São Paulo: 14 anos de atraso e nenhuma vergonha
Atualmente, o Estado de São Paulo está pagando precatórios inscritos na ordem cronológica de 2011. Ou seja, há um atraso de mais de 14 anos em relação ao que determina a CF. A fila é tão extensa que, mesmo com pagamentos prioritários e acordos com deságio, a espera real pode ultrapassar 15 a 20 anos.
São mais de 129 mil precatórios pendentes, com previsão de 56 mil novos em 2025. O montante da dívida acumulada já chega a R$ 27 bilhões. Por trás do discurso de austeridade, o que se esconde é um sistema em colapso, que empurra credores à judicialização, à frustração e à perda de patrimônio.
Município de São Paulo: 15 anos de atraso e fila travada
A situação do município de São Paulo é ainda mais grave. Os pagamentos cronológicos estão parados no ano de 2009, o que representa um atraso de 15 anos. E o mais alarmante: nenhum pagamento cronológico foi efetuado em 2024 até o momento. O último lote quitado data de dezembro de 2023 - um indicativo claro de que a fila está congelada.
Enquanto isso, a prefeitura oferece acordos com deságios entre 20% e 40%, mas com pagamento em até 3 anos. Um verdadeiro paradoxo: o credor perde uma parte significativa do valor e ainda precisa esperar.
Venda: A única escolha financeiramente racional
Diante desse cenário, esperar virou um luxo que o credor não pode mais se permitir. A venda do precatório, por meio da cessão de crédito com um deságio controlado, surge como a única alternativa financeiramente inteligente para quem busca liquidez e segurança.
Ao vender, o credor:
- Recebe à vista, escapando de anos de espera;
- Evita a burocracia e a incerteza jurídica;
- Protege-se contra mudanças legislativas que podem tornar o cenário ainda mais desvantajoso no futuro.
Em vez de assistir passivamente ao colapso do sistema, o credor que vende toma o controle da própria história financeira.


