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O perfil do devedor: Redes sociais x realidade na execução judicial

Entre a ostentação nas redes sociais e a alegada insolvência nos autos, o desafio da efetividade na execução exige inteligência, estratégia e investigação patrimonial especializada.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Atualizado às 13:37

No cotidiano da recuperação de créditos, é cada vez mais comum deparar-se com uma realidade marcada por contrastes gritantes entre a vida pública do devedor nas redes sociais e sua situação patrimonial declarada no processo de execução judicial.

De um lado, o "devedor no Instagram" ostenta uma vida de alto padrão: relógios de grife, carros de luxo, viagens internacionais e eventos sofisticados. De outro, no ambiente judicial, apresenta-se como alguém sem patrimônio, com CPF "limpo" e alegando incapacidade total de pagamento.

Essa dissociação não apenas desafia a efetividade das execuções, como também evidencia uma das maiores barreiras no processo de recuperação de créditos: a assimetria de informações entre credores e devedores.

Embora o Judiciário tenha avançado no fornecimento de ferramentas de busca patrimonial - como convênios de acesso a bases de dados públicas e privadas -, muitas vezes essas medidas se mostram insuficientes diante de estratégias sofisticadas de ocultação de bens. Nesse cenário, a fase administrativa da cobrança e a coleta prévia de elementos probatórios ganham relevância estratégica.

O mapeamento do perfil do devedor, indo além das aparências, tornou-se uma etapa indispensável. Esse trabalho, realizado com metodologia, inteligência e rigor técnico, permite subsidiar o Poder Judiciário com informações robustas, capazes de conferir maior agilidade e efetividade às execuções.

Atuar de maneira preventiva e investigativa, reunindo indícios concretos sobre o patrimônio, as relações comerciais e o padrão de vida do devedor, não é apenas uma boa prática: é uma necessidade diante da dinâmica moderna das execuções.

Apesar do tom bem-humorado de memes que circulam nas redes sociais sobre essa realidade, o problema é sério e demanda soluções estruturadas. A busca por efetividade na recuperação de ativos exige não apenas a aplicação da lei, mas também inteligência jurídica e estratégia na identificação de bens.

Em um cenário econômico cada vez mais desafiador, práticas especializadas de investigação patrimonial e análise de transações financeiras têm se mostrado aliados importantes no fortalecimento da atividade executiva.

Daniela Sigliano

VIP Daniela Sigliano

Graduação em Direito Mestrado em Direito Processual Civil Especialização em Direito Tributário MBA em Administração de Empresas Especialista em Investigação patrimonial FBI

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