MIGALHAS DE PESO

  1. Home >
  2. De Peso >
  3. Como funciona a tributação para startups no Brasil

Como funciona a tributação para startups no Brasil

Entenda como funciona a tributação para startups no Brasil e descubra as melhores estratégias para reduzir a carga fiscal e garantir o sucesso do seu negócio.

terça-feira, 20 de maio de 2025

Atualizado às 14:05

As startups têm se destacado como um dos motores da inovação e do desenvolvimento econômico no Brasil. Contudo, para alcançar o sucesso, é essencial que esses empreendimentos compreendam o impacto da tributação em seu modelo de negócios. Diferente de empresas tradicionais, as startups enfrentam desafios únicos, que exigem uma abordagem tributária estratégica para otimizar a carga fiscal, garantir conformidade e evitar custos desnecessários.

Entendendo o conceito de startup e seus desafios tributários

Startups são empresas jovens e inovadoras, com alto potencial de crescimento, geralmente focadas em tecnologia e escalabilidade. Contudo, mesmo com um modelo de negócios ágil, elas enfrentam um ambiente regulatório complexo. No Brasil, a tributação para startups pode variar significativamente dependendo do porte, faturamento e modelo de operação.

Para que uma startup se mantenha competitiva, é fundamental entender as particularidades dos regimes tributários disponíveis, como o Simples Nacional, o Lucro Presumido e o Lucro Real, além de explorar regimes especiais de tributação que possam oferecer vantagens fiscais.

Regimes tributários para startups

Simples Nacional

O Simples Nacional é a escolha mais comum para pequenas startups devido à sua simplicidade e menor carga tributária. Ele unifica oito tributos em uma única guia (DAS - Documento de Arrecadação do Simples Nacional), incluindo ICMS, ISS e PIS/Cofins. No entanto, o Simples tem limites de faturamento, e empresas que recebem aportes de capital podem rapidamente ultrapassar esses limites, resultando em exclusão do regime.

Lucro Presumido

Para startups que já superaram o limite de faturamento do Simples Nacional ou que possuem margens de lucro mais elevadas, o Lucro Presumido pode ser uma opção interessante. Nesse regime, os impostos são calculados com base em um percentual fixo da receita bruta, variando conforme o setor de atuação.

Lucro Real

Esse regime é obrigatório para empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões anuais ou que operam em determinados segmentos regulados. O Lucro Real é mais complexo e pode resultar em uma carga tributária maior, mas permite o aproveitamento de créditos tributários e a compensação de prejuízos fiscais, sendo uma opção estratégica para startups em fase de crescimento acelerado.

Principais tributos que incidem sobre startups

As startups no Brasil estão sujeitas a uma série de tributos, que podem variar dependendo do regime escolhido:

  • IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica;
  • CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido;
  • PIS - Programa de Integração Social;
  • Cofins- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social;
  • ISS - Imposto Sobre Serviços;
  • ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - para startups que comercializam produtos físicos.

Além disso, é importante considerar impostos estaduais, como o ITCMD em casos de transmissão de patrimônio, e tributos municipais, como o ISS para startups que prestam serviços.

Benefícios fiscais e incentivos para startups

Para estimular a inovação, o governo brasileiro oferece uma série de benefícios fiscais para startups, como:

  • Incentivos à inovação (lei do bem)
  • Reduções de alíquotas para exportações
  • Créditos tributários para pesquisa e desenvolvimento
  • Parcelamentos especiais (Refis, Pert)

Como reduzir a carga tributária de uma startup

Além de escolher o regime tributário adequado, existem outras estratégias para minimizar a carga fiscal de uma startup, como:

  • Elisão fiscal - uso de mecanismos legais para reduzir impostos sem violar a legislação;
  • Compensação de créditos tributários - aproveitamento de créditos acumulados para reduzir tributos a pagar;
  • Reestruturação societária - criação de holdings para proteger ativos e reduzir impostos sobre distribuição de lucros.

Conclusão

A escolha do regime tributário correto e o uso estratégico de benefícios fiscais são fundamentais para o sucesso de uma startup no Brasil. Contar com uma consultoria tributária especializada pode fazer toda a diferença na competitividade e sustentabilidade do negócio.

Maria Isabel Mantoan

VIP Maria Isabel Mantoan

Advogada Especialista em Direito Tributário, Mestre, Ex-Juiza do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo (TIT). Sócia fundadora do escritório Mantoan Advocacia Tributária

AUTORES MIGALHAS

Busque pelo nome ou parte do nome do autor para encontrar publicações no Portal Migalhas.

Busca