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Golpes financeiros e responsabilidade dos bancos

Quando a segurança falha, o prejuízo é do consumidor.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Atualizado às 13:36

O avanço da tecnologia bancária trouxe praticidade, mas também abriu caminho para golpes sofisticados que atingem especialmente os mais vulneráveis: empresários com alto fluxo financeiro, aposentados, pensionistas e beneficiários do INSS. Este artigo apresenta um guia prático e jurídico para identificar, denunciar e buscar reparação por perdas financeiras causadas por fraudes envolvendo bancos.

Os 10 golpes mais comuns com envolvimento bancário

  1. Falsa central telefônica (Vishing);
  2. Clonagem de WhatsApp com pedido de Pix;
  3. Phishing com site clonado ou link falso;
  4. Boletos falsos (Boleto Branqueado);
  5. Golpe do motoboy;
  6. Transações indevidas com cartão cClonado;
  7. Empréstimos consignados fraudulentos;
  8. Golpe da maquininha ou "Cartão na aproximação";
  9. Fraudes com Pix sob coação;
  10. Golpes com IA e deepfake.

Golpes financeiros em alta relacionados a investimentos

  1. Promessa de rentabilidade garantida por "especialistas" com suposta conexão com bancos;
  2. Investimentos fraudulentos em criptomoedas ou fundos não registrados;
  3. Golpe do "falso assessor" bancário com acesso a dados reais;
  4. Plataforma de investimento clonada com visual idêntico ao banco;
  5. Ofertas de CDBs, LCIs ou debêntures inexistentes com logos de bancos reais;
  6. Falsos consórcios com promessas de resgate imediato;
  7. Aplicativos falsos com atualizações que redirecionam para golpes;
  8. Golpes por e-mail com PDFs falsos de extratos bancários;
  9. Venda de "criptomoedas fantasmas" em nome de corretoras de renome;
  10. Uso indevido de dados de fundos de investimentos com promessa de acesso antecipado a rendimentos;
  11. Intermediação de compras de ativos com garantias falsas;
  12. Falsas corretoras de valores operando em grupos de WhatsApp e Telegram;
  13. Golpes com uso de IA para simular movimentação real em home broker;
  14. Links de acesso a supostas salas VIP com assessores falsos;
  15. Ofertas de "fundos internacionais exclusivos" com pagamento antecipado.

Quem geralmente são as vítimas, quais os prejuízos e como evitar

Quem são as principais vítimas

  • Empresários com alto volume de operações e aplicações;
  • Idosos aposentados com baixa familiaridade com tecnologia;
  • Pensionistas do INSS alvo de ofertas de crédito fraudulentas;
  • Investidores de primeira viagem que buscam alta rentabilidade.

Prejuízos e valores envolvidos

  • Dezenas de milhares em transferências via Pix;
  • Cartões clonados com prejuízos entre R$ 2.000 a R$ 50.000;
  • Investimentos fraudulentos com perdas acima de R$ 100.000;
  • Empréstimos consignados de R$ 5.000 a R$ 50.000 não autorizados.

Medidas de segurança que todo cliente pode adotar

  • Nunca passar senhas, códigos ou dados bancários por telefone ou WhatsApp;
  • Verificar URLs de sites bancários (https, cadeado, nome correto);
  • Usar autenticação de dois fatores em aplicativos;
  • Conferir boletos (banco emissor, CNPJ, nome do beneficiário);
  • Evitar acessar aplicativos bancários em redes públicas;
  • Desconfiar de ofertas de lucro fácil e acessos antecipados;
  • Verificar a existência de fundos e produtos nos canais oficiais da CVM, Banco Central e ANBIMA.

Providências jurídicas em caso de golpe

  • Solicitar bloqueio imediato de valores via banco e BACENJud;
  • Reunir toda a documentação e provas digitais (prints, e-mails, contratos);
  • Registrar boletim de ocorrência;
  • Acionar Procon e Banco Central;
  • Ingressar com ação judicial de ressarcimento e danos morais;
  • Em casos graves, pedir liminar para suspensão de dívidas e cobranças.

Impactos financeiros e emocionais

  • Comprometimento da renda mensal;
  • Endividamento por créditos não contratados;
  • Perda de economias empresariais e pessoais;
  • Danos à imagem e à relação com parceiros;
  • Abalo emocional, medo e desconfiança.

Caminhos para buscar reparação e denunciar

Etapa 1: Interrupção do prejuízo

  • Bloqueie cartões e contas imediatamente;
  • Ligue para a central de atendimento do banco e registre o protocolo.

Etapa 2: Reunir provas

  • Imprima extratos e comprovantes;
  • Registre conversas e prints de contatos suspeitos;
  • Salve SMS, e-mails e faturas com transações.

Etapa 3: Formalizar reclamação

  • Registre um Boletim de Ocorrência (delegacia virtual ou física);
  • Reclame junto ao banco (SAC e ouvidoria);
  • Utilize plataformas:
    • Site do Banco Central;
    • Site do GOV.

Etapa 4: Acionar judicialmente

  • Ação com pedido de:
    • Devolução dos valores;
    • Indenização por danos morais;
    • Suspensão de dívidas fraudulentas.
  • Documentos essenciais:
    • BO;
    • Protocolo da instituição financeira;
    • Extratos e comprovantes;
    • Print e documentos do golpe.

Como o advogado especializado atua

  • Atua de forma rápida para suspender cobranças indevidas;
  • Entra com medidas de urgência para bloqueio judicial de valores;
  • Faz intermediação com instituições e órgãos de defesa do consumidor;
  • Garante reparação integral: material e moral.

Proteja-se e reaja com base legal

Não se trata apenas de golpes isolados. É uma falha grave de segurança bancária. Quando há omissão, a responsabilidade é do banco. Não aceite prejuízos como normais. Com orientação jurídica, é possível reverter os danos, recuperar valores e exigir respeito ao consumidor.

Procure orientação jurídica qualificada e denuncie toda tentativa ou prejuízo sofrido.

Gutemberg do Monte Amorim

VIP Gutemberg do Monte Amorim

Advogado com LL.M. em Direito Empresarial pela FGV e formação pela PUC-GO. Atuou em instituições como Banco do Brasil, Sinduscon-GO e Grupo Jorlan. Sócio-fundador do Gutemberg Amorim Advogados.

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