Alta da Selic para 15%: O que isso significa para empresários endividados?
Com a Selic a 15%, os juros bancários disparam e o crédito fica mais caro. Empresários endividados podem ver suas dívidas crescerem ainda mais. É hora de agir com estratégia.
sexta-feira, 27 de junho de 2025
Atualizado às 07:53
A taxa Selic, principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, atingiu a marca de 15%. Para muitos, isso pode parecer apenas um número técnico do noticiário econômico, mas, na prática, esse movimento tem consequências diretas - e perigosas - para empresários endividados.
Quando a Selic sobe, os juros cobrados pelos bancos também sobem. Isso afeta diretamente contratos de empréstimos, capital de giro, cheque especial e principalmente o rotativo do cartão de crédito - que já possui os maiores juros do mercado mundial. Para quem já tem uma dívida em andamento, o impacto é brutal: o valor final da dívida cresce com muito mais velocidade do que se imagina.
Para se ter uma ideia, em contratos com cláusula de correção vinculada ao CDI, que acompanha a Selic, cada ponto percentual a mais pode significar milhares de reais adicionados à dívida total. E isso sem que o empresário mova um dedo. Ou seja, a dívida cresce mesmo sem novos saques ou inadimplência, apenas pela elevação da taxa básica de juros.
Outro ponto crítico é o encarecimento do crédito. Com a Selic em 15%, torna-se praticamente inviável contratar um novo financiamento sem comprometer a saúde financeira da empresa. As instituições financeiras, por sua vez, endurecem as regras e exigências para concessão de crédito, tornando o acesso ainda mais restrito. Isso impacta diretamente empresas que operam com margens baixas ou estão em fase de recuperação.
Além disso, há um efeito psicológico: o empresário que está endividado vê a situação piorar no papel, o que gera ansiedade, trava decisões importantes e paralisa o crescimento do negócio. Muitos acabam tentando resolver a situação com soluções emergenciais - como o uso do cartão de crédito pessoal ou empréstimos com garantia pessoal - o que, infelizmente, apenas aprofunda o problema.
É preciso entender que estamos vivendo um ciclo que exige inteligência financeira e suporte estratégico. Nesse momento, renegociar a dívida com base jurídica sólida é uma das poucas alternativas viáveis para recuperar o controle da situação. Bancos sabem que com a Selic nesse patamar, o índice de inadimplência tende a subir, e por isso, em muitos casos, aceitam acordos com até 90% de desconto sobre o valor total da dívida. O segredo está em saber como conduzir essa negociação.
O empresário que ignora esse movimento da Selic corre um grande risco de ver sua dívida se tornar impagável. Já quem entende o momento como uma oportunidade para repactuar suas obrigações, com inteligência e apoio técnico, pode transformar essa crise em um ponto de virada para sua empresa.
Portanto, mais do que uma notícia de jornal, a alta da Selic é um alerta. Um chamado para que empresários assumam o protagonismo da sua saúde financeira, antes que os bancos decidam por eles - muitas vezes por meio de bloqueios, execuções e ações judiciais.
A hora de agir é agora. O relógio está correndo. E o que hoje parece difícil, amanhã pode ser inviável. Se sua empresa está enfrentando dificuldades para manter os pagamentos bancários em dia, procure apoio. Existe solução - e ela começa com a decisão de enfrentar o problema com estratégia.


