Dia da Advocacia: A comunicação como aliada da nova era de advogados empresários

A advocacia brasileira chega ao 11 de agosto de 2025 profundamente diferente daquela que comemorava sua data há apenas uma década. O que antes era um mercado marcado pela rigidez, pela tradição e por um modelo excessivamente centrado na figura do advogado como único detentor de autoridade, hoje cede espaço a uma nova advocacia: mais aberta, mais conectada, mais consciente de seu papel como agente de transformação institucional, empresarial e social.

Embora o conhecimento jurídico continue sendo o alicerce da profissão, não é mais o único fator determinante de reconhecimento ou crescimento. A nova geração de advogados e advogadas compreendeu que comunicar bem é parte da entrega, que posicionar-se é parte da responsabilidade, e que se organizar como empresa é parte da sustentabilidade do negócio.

Dados de mercado, pesquisas setoriais e a própria vivência ao lado de escritórios, comissões da OAB e projetos de branding jurídico demonstram uma mudança de mentalidade incontornável: advogados estão cada vez mais atuando como estrategistas, comunicadores e gestores de seus próprios escritórios.

A comunicação jurídica deixou de ser uma opção e passou a ser um eixo de inteligência institucional. Ao longo de mais de uma década, vi escritórios brilhantes serem subestimados por falta de posicionamento, enquanto mensagens genéricas ganhavam espaço apenas por estarem mais visíveis. Felizmente, esse quadro vem mudando. A advocacia está investindo em posicionamento institucional, produção de conteúdo jurídico e gestão da marca pessoal de forma planejada e estruturada.

O novo paradigma é claro: quem quer crescer, precisa estar presente. Presente onde o mercado conversa, onde os clientes buscam referências, onde as decisões são influenciadas. É nesse ponto que a comunicação se torna uma ferramenta de geração de valor e de construção de autoridade com responsabilidade.

Se, por um lado, a OAB segue cumprindo seu papel ao disciplinar excessos e coibir a mercantilização da profissão, por outro lado é inegável que há espaço para a atuação comunicacional com base técnica, ética e estratégica. É exatamente nesse ponto que muitos profissionais têm se destacado, ao compreender que comunicar é também educar, esclarecer, formar opinião e contribuir para o debate público.

Advogados que se expressam com clareza, que explicam os impactos de decisões judiciais, que analisam temas relevantes à luz da legislação, que participam de eventos e contribuem com a imprensa são, na prática, agentes de formação cidadã. E fazem isso sem infringir nenhum preceito ético, desde que o foco seja o interesse público e não a autopromoção.

Esse movimento de profissionalização da comunicação jurídica também se conecta com a visão empresarial da advocacia. Escritórios estão adotando ferramentas de gestão, mapeamento de risco, desenvolvimento de lideranças e planejamento de marca. A figura do advogado empresário é, hoje, uma realidade.

Caso essa tendência se mantenha, é possível projetar um futuro em que a advocacia não apenas responde às demandas sociais, mas também antecipa cenários, participa ativamente da formação de uma cultura jurídica mais consciente e assume sua responsabilidade institucional.

Neste 11 de agosto, minha mensagem à advocacia é clara: comunicar com responsabilidade é um gesto de coragem, de presença e de compromisso com o Direito. Que cada advogado e cada advogada encontre sua própria voz, sua própria narrativa, sua própria forma de entregar valor para a sociedade.

A advocacia segue essencial, mas ela também pode ser excepcional quando se posiciona com verdade, comunica com coerência e se organiza com visão de futuro.