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Quando o jurídico vira estratégico: Por que a gestão de crise é vital para preservar reputação e valor de mercado

O artigo explora como a advocacia estratégica vai além da reação: antecipa riscos, protege a reputação e transforma crises em oportunidades para fortalecer marcas.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Atualizado em 15 de agosto de 2025 15:06

Em um mundo onde a velocidade da informação não perdoa erros, a reputação de uma empresa pode ser abalada em questão de minutos  e o valor de mercado, despencar junto. Não estamos mais falando de um risco distante ou de uma eventualidade rara. Casos de crises reputacionais, de recalls a incidentes de segurança, mostram que qualquer deslize pode ganhar proporções globais em horas, com impactos duradouros.

É nesse cenário que o papel do jurídico deixa de ser meramente reativo para se tornar parte do núcleo estratégico de qualquer organização. Não basta agir rápido: é preciso agir certo. E agir certo significa antecipar riscos, estruturar protocolos de resposta e proteger ativos intangíveis antes que a tempestade se forme.

A advogada Dione Assis, especialista em Direito Empresarial, defende essa abordagem preventiva. Para ela, o contencioso preventivo não é luxo, mas investimento. Empresas que integram seu departamento jurídico às decisões de alto nível aumentam a capacidade de prever vulnerabilidades e de reagir de forma coordenada, preservando credibilidade junto a clientes, investidores e parceiros. Afinal, reputação perdida é bem mais difícil de reconstruir do que prejuízo financeiro imediato.

O problema é que ainda há quem veja a assessoria jurídica apenas como uma instância de defesa, acionada quando o dano já está instalado. Essa visão é ultrapassada. O jurídico estratégico deve participar da definição de políticas internas, do mapeamento de riscos e até da comunicação em momentos críticos.

Uma gestão de crise eficaz se sustenta em três pilares: planejamento prévio, resposta coordenada e comunicação clara com todos os públicos de interesse. Quando esses elementos estão bem alinhados, não só é possível reduzir danos, como até transformar um momento adverso em oportunidade de fortalecimento da marca.

Em tempos de hiperexposição, confiar apenas na velocidade da reação é ingenuidade. É preciso construir blindagem antes que o ataque aconteça. O jurídico, quando posicionado como parceiro estratégico, deixa de ser apenas "o que apaga incêndios" para se tornar "o que impede que eles comecem". E essa diferença pode significar a sobrevivência  ou o colapso de uma reputação corporativa.

Dione Assis

Dione Assis

Advogada, fundadora da Black Sisters in Law e mentora em estratégias jurídicas e de posicionamento no mercado.

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