O Jurídico só anda com gestão: Por que implementar a controladoria jurídica é inadiável?
A controladoria jurídica garante eficiência, segurança e qualidade, otimizando fluxos, prevenindo riscos e fortalecendo a gestão estratégica do jurídico.
quarta-feira, 20 de agosto de 2025
Atualizado em 19 de agosto de 2025 15:19
A controladoria jurídica é o coração de qualquer escritório ou departamento jurídico. Justamente por exercer esse papel central, deve atuar de forma autônoma e independente, apoiando principalmente o corpo técnico jurídico, com foco na efetividade, segurança e qualidade dos serviços prestados.
Trata-se de um setor estratégico, responsável por garantir que os processos estejam devidamente organizados, atuando na correção de gargalos operacionais e na prevenção de conflitos. Entre suas atribuições estão o controle de prazos e metas, a gestão documental, a delegação e o acompanhamento de tarefas, além da produção de estatísticas relevantes para análises e projeções.
A CJ - Controladoria Jurídica detém uma visão sistêmica e global da operação, o que permite o gerenciamento integrado das informações que circulam pela organização. Seu papel essencial é promover o controle, a gestão e a otimização de fluxos de trabalho, viabilizando maior produtividade ao time jurídico.
Mais do que uma área de apoio, a CJ é uma engrenagem de inteligência e performance. Com ela, é possível acompanhar indicadores em tempo real, mitigar riscos operacionais, padronizar entregas e, principalmente, liberar o time jurídico para focar no que realmente importa: a estratégia e o conteúdo técnico.
Implementar uma CJ pode representar um divisor de águas para a organização, trazendo ganhos concretos em eficiência, transparência, segurança da informação e escalabilidade da operação jurídica.
No entanto, o momento de implementação deve ser bem avaliado, de modo a assegurar uma transição estruturada e eficaz. O timing ideal pode variar de acordo com o porte e a complexidade da organização. Escritórios menores, por exemplo, podem optar por estruturar a CJ desde o início, o que evita retrabalho e promove maturidade na gestão desde os primeiros passos. Já estruturas maiores podem demandar mais planejamento, recursos e etapas, mas não devem postergar o tema por tempo indefinido.
A fase de crescimento é, sem dúvida, uma das melhores oportunidades para introduzir a CJ, pois favorece a consolidação de novos processos e o amadurecimento de metodologias sem grandes rupturas no dia a dia.
Outro momento estratégico para implementação é diante de problemas operacionais, como falhas de comunicação, perda de prazos, retrabalho constante, falta de previsibilidade, ausência de dados consolidados ou dificuldade na tomada de decisão gerencial. Nesses cenários, a CJ deixa de ser uma opção e passa a ser uma necessidade urgente.
Além disso, em tempos de jurimetria, inteligência artificial e pressão por entregas rápidas e com qualidade, é inconcebível manter uma operação jurídica sem gestão estruturada. O jurídico do futuro, que já é o presente, exige controle, dados e visão integrada, e a CJ é a base para tudo isso.
Em resumo, não existe um único momento certo para implementar a controladoria jurídica. A decisão deve considerar o estágio da organização, seus desafios e seus objetivos de crescimento. Fases de expansão, reestruturação interna ou a busca por excelência operacional são oportunidades perfeitas para dar esse passo. Mas o ponto crucial é: não adiar.
Joanna Torres
Controller Jurídico no escritório Gameiro Advogados.



