Marketing jurídico não é proibido: O que é permitido e como usar isso a seu favor
Marketing jurídico não é proibido. O verdadeiro risco é continuar invisível e preso à indicação. Descubra como usar o provimento 205/21 a seu favor e conquistar autoridade no digital.
terça-feira, 2 de setembro de 2025
Atualizado às 08:51
Por muitos anos, falar em marketing jurídico era quase um tabu. A dúvida recorrente entre advogados era: "Será que posso divulgar meu trabalho sem correr riscos com a OAB?". Essa insegurança levou muitos profissionais a se esconderem, limitando-se às indicações e ao boca a boca como únicas formas de prospecção. Mas a realidade mudou. Com o provimento 205/21, a OAB deixou claro: marketing jurídico é permitido, desde que feito de forma ética, informativa e com sobriedade.
Hoje, o maior risco para o advogado não é o de sofrer sanção por divulgar, mas sim o de permanecer invisível em um mercado que se tornou cada vez mais competitivo.
O que o Código de Ética e o provimento 205/21 dizem?
O Código de Ética e Disciplina da OAB e o provimento 205/21 autorizam expressamente a publicidade informativa. Isso significa que o advogado pode:
- Produzir conteúdo em redes sociais;
- Ter site, blog e perfil profissional pessoal ou em diretórios jurídicos;
- Utilizar tráfego pago, desde que respeite os limites éticos;
- Responder dúvidas e educar o público sobre direitos;
- Construir posicionamento e autoridade jurídica.
O que é vedado?
- Prometer resultados;
- Divulgar preços dos serviços;
- Comparar-se com colegas de forma depreciativa;
- Usar linguagem sensacionalista;
- CTA direta e desenfreada;
- Transformar a advocacia em produto ou serviço mercantilizado.
Em resumo: é possível divulgar, mas sempre com sobriedade, clareza e foco informativo.
Por que a OAB incentiva o marketing jurídico?
No evento Cidade da Advocacia, em que participei recentemente aqui no meu estado (RS), todos os painéis sobre marketing reforçaram o mesmo ponto: o advogado precisa ocupar o digital. Não se trata apenas de conquistar clientes, mas de educar a sociedade, esclarecer direitos, se posicionar como referência em determinada área e restabelecer o prestígio da profissão.
A advocacia mudou. O cliente de hoje pesquisa no Google, compara perfis no Instagram e busca referências digitais antes de tomar uma decisão. Não estar presente nesse processo significa, na prática, perder espaço.
Como usar o marketing jurídico a seu favor
- Escolha um nicho e posicione-se como especialista. Falar com todos é falar com ninguém.
- Produza conteúdo acessível. Evite jargões, explique em linguagem simples. Caso seja inevitável o uso de um termo técnico, explique-o e mostre o porquê ele é importante.
- Construa autoridade. Mostre conhecimento e clareza em cada publicação. E faça isso com consistência.
- Mensure seus resultados. Avalie se suas ações estão gerando visibilidade, confiança, aumento de seguidores, aumento de chamadas no WhatsApp, aumento de reuniões e, sobretudo, aumento de Fechamentos de Contratos
O marketing jurídico não substitui a competência técnica, mas multiplica o alcance dela.
Conclusão
Marketing jurídico não é proibido. O que é proibido é mercantilizar a profissão, banalizar a advocacia e prometer milagres. O advogado que entende isso passa a enxergar o marketing não como risco, mas como aliado, como instrumento, como um ativo da empresa.
A pergunta que fica é: se o mercado já entendeu que presença digital é essencial, você vai continuar escondido ou vai ocupar seu espaço de forma ética, estratégica e com autoridade?


