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Transação tributária: Resistência dos empresários e oportunidades

Por que ainda há tanta resistência? E mais importante: Como transformar essa barreira em uma oportunidade real de recuperação financeira e estratégica para as empresas?

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Atualizado às 11:20

As resistências mais comuns

Ao conversar com empresários no dia a dia, é possível identificar alguns pontos que se repetem:

Medo de não conseguir cumprir o acordo. Muitos associam a transação tributária a compromissos inflexíveis, como se estivessem "presos" a uma obrigação impossível de honrar.

Desconfiança em relação aos benefícios. Há quem acredite que a transação não seja diferente de um parcelamento comum, sem perceber as reduções expressivas de juros e multas.

Falta de informação clara. Muitos ainda não sabem quem pode aderir, quais débitos são abrangidos ou como funciona o processo na prática.

Essas barreiras, quando não enfrentadas, acabam levando a um ciclo perigoso: a empresa não negocia, o passivo cresce e as oportunidades de regularização são perdidas.

As vantagens pouco exploradas

A transação tributária vai muito além do simples parcelamento. Ela abre espaço para alternativas que podem representar um divisor de águas na gestão empresarial. Entre as principais vantagens, destaco:

Redução significativa de juros e multas. Em muitos casos, o desconto pode chegar a patamares que tornam o passivo realmente administrável.

Uso de créditos de prejuízo fiscal e base negativa. Algo impossível em outras modalidades de negociação e que pode reduzir substancialmente a dívida.

Flexibilidade para empresas em dificuldade. A legislação permite condições especiais para aquelas que comprovam incapacidade de pagamento, o que dá fôlego para a retomada sustentável.

Ou seja: não se trata apenas de pagar menos, mas de reestruturar a relação da empresa com o fisco.

De resistência a oportunidade

O caminho para transformar essa resistência em oportunidade passa por três movimentos estratégicos:

Análise técnica individualizada. Cada empresa tem uma realidade própria, e é a partir dela que se deve avaliar qual modalidade de transação é a mais vantajosa.

Mudança de mentalidade. A transação não é um sinal de fraqueza, mas uma demonstração de inteligência na gestão de passivos.

Visão estratégica. Regularizar a dívida significa muito mais do que "limpar o nome". Abre portas para crédito, melhora a imagem da empresa perante fornecedores e cria condições para crescer de forma sólida.

Conclusão

A resistência dos empresários à transação tributária é compreensível, mas não pode ser impeditiva. O desconhecimento e o receio devem dar lugar a uma postura estratégica. Negociar com o fisco é, hoje, uma oportunidade única de transformar passivos em alavancagem para o futuro.

O empresário que rompe a barreira da resistência e busca orientação especializada descobre que a transação tributária não é apenas uma solução emergencial, mas um instrumento de gestão inteligente, capaz de devolver competitividade e segurança ao negócio.

Daniel Sousa

Daniel Sousa

Daniel Sousa é contador, especialista em recuperação de créditos tributários e embaixador da FENT Educação

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