Hype do visual law ainda valerá a pena em 2026?
A evolução do visual law mostra que o conceito ultrapassou o modismo inicial e se firmou como parte das estruturas corporativas. Em 2026, o foco estará menos na estética e mais na clareza, no entendimento e na geração de valor para os negócios.
terça-feira, 11 de novembro de 2025
Atualizado em 10 de novembro de 2025 14:06
Muito aplicado e falado nos últimos anos, o visual law deixou de ser um tópico restrito ao debate jurídico e se consolidou como parte essencial das discussões sobre inovação e eficiência nas empresas. No contexto brasileiro, o termo, usado para descrever a aplicação do Legal Design na comunicação e nos documentos jurídicos, gerou confusão inicial. Enquanto algumas consultorias o aplicavam de forma estratégica e objetiva, muitos profissionais do Direito e designers caíram no erro de priorizar apenas o aspecto visual, transformando o conceito em mera maquiagem documental.
Mesmo com esses desafios, o visual law se estabeleceu, conquistou grandes corporações e elevou o Brasil a uma referência global no tema. O ponto de virada veio quando as empresas compreenderam que não se tratava apenas de estética na comunicação jurídica interna, mas de uma aplicação estratégica voltada a resultados mensuráveis e impacto direto no negócio. Em 2026, o foco da discussão não será mais a novidade do conceito, mas sim a forma como ele continua a gerar valor, proporcionando maior clareza, agilidade e a confiança indispensável nas relações jurídicas corporativas.
O design da informação como estratégia
Departamentos jurídicos e áreas de negócios perceberam que o design da informação tem impacto direto na tomada de decisões, na produtividade e no fortalecimento das suas relações com o público. Contratos mais claros e objetivos, com estruturas de informação pensadas para o usuário final, reduzem retrabalho, diminuem riscos de interpretação e fortalecem a governança e a segurança jurídica.
Em um cenário onde tempo é ativo e transparência virou diferencial competitivo, comunicar com clareza passou a ser uma estratégia essencial aliada ao negócio.
Cada vez mais empresas têm se aprofundado no entendimento sobre o visual law e suas possibilidades de aplicação prática. Se antes o tema aparecia de forma tímida em documentos esporádicos, hoje ele faz parte das discussões e decisões estratégicas de grandes corporações.
A combinação entre design, dados e tecnologia tem mostrado que a simplificação visual não é um enfeite, mas uma ferramenta para ampliar o entendimento e a confiança nas informações jurídicas. E é nesse movimento de amadurecimento que surgem resultados expressivos em termos de eficiência e relacionamento com o público.
2026: O ano da consolidação
A tendência para 2026 é que o visual law se consolide como parte das estratégias corporativas, e não apenas como uma iniciativa isolada. Novas ferramentas e tecnologias devem ampliar o alcance das soluções, permitindo uma maior facilidade na criação e edição de documentos jurídicos. Mais do que isso, essa aplicação deve ter um crescimento ainda mais relevante em áreas correlatas, como compliance, ESG, controladoria, recursos humanos entre outras, reforçando o papel da comunicação clara como pilar de integridade e transparência nas organizações.
Esse movimento representa o início de uma nova fase. A empresa tem investido em novos serviços e produtos que unem design, dados e tecnologia para que o visual law se torne parte da cultura organizacional de seus clientes. O objetivo é transformar o modo como o jurídico se conecta com o negócio, não apenas simplificando a linguagem, mas criando experiências que gerem entendimento, confiança e valor para as pessoas. O design passa a ser uma ferramenta de solução de problemas, enquanto o aspecto visual atua como facilitador essencial desses resultados.
O hype do visual law acabou, ou essa aplicação está só começando?
O hype que marcou os primeiros anos do visual law deu lugar à maturidade. As empresas que entenderam que comunicar bem é tão importante quanto entregar resultados concretos estão um passo à frente. Em 2026, o valor do visual law não estará no impacto visual, mas na capacidade de aproximar o jurídico das pessoas e tornar a informação mais acessível, transparente e estratégica.
A única justificativa plausível para dizer que o visual law acabou é admitir que o nome dado inicialmente já não faz mais sentido. Hoje, sua aplicação transcende o jurídico e gera impacto direto no negócio. Quando o design passa a ser parte da estratégia, ele deixa de ser o fim e se torna o meio para o que realmente importa: gerar entendimento, confiança e resultados.
Leonardo Pecorari
Head de Marketing - Lex Design.


