A corrida pela tecnologia na advocacia e por que comunicação e marketing jurídico serão decisivos para o diferencial competitivo de escritórios
Tecnologia e IA deixam de ser diferencial na advocacia; comunicar a modernização com clareza se torna chave para reputação e competitividade.
terça-feira, 11 de novembro de 2025
Atualizado em 10 de novembro de 2025 14:17
A advocacia passa por uma transformação que vai além da simples digitalização de processos. Ferramentas de automação, IA - inteligência artificial e lógica operacional conectada já não são diferenciais opcionais; estão se tornando parte do arcabouço mínimo para atuação eficiente. O verdadeiro desafio agora é comunicar essa modernização de forma que faça sentido para clientes, para o mercado e para a reputação institucional.
Cenário com dados
De acordo com a empresa de pesquisa IMARC Group, o mercado de legal tech na América Latina totalizou aproximadamente US$ 1,7 bilhão em 2024, com projeção para alcançar cerca de US$ 4,8 bilhões até 2033. Outro levantamento indica que, em 2023, a receita de tecnologia jurídica na região foi estimada em US$ 821,5 milhões, com previsão de chegar a quase US$ 1,584 bilhões em 2030.
A Fenalaw 2025, maior evento jurídico da América Latina, registrou forte presença de painéis sobre "IA na advocacia" e a presença de cada vez mais empresas que aliam tecnologia às demandas da atuação jurídica. Fez se evidente que a tecnologia já está no centro da pauta de atuação jurídica.
Esses dados indicam que, primeiro, o mercado tecnológico jurídico está em aceleração; segundo, a adoção dessa tecnologia está se tornando pauta estratégica para escritórios e departamentos jurídicos; e terceiro, a competitividade entre quem adota e quem comunica sua adoção tende a crescer de forma significativa.
O papel da comunicação e do marketing jurídico
Quando todos os escritórios tiverem automação, jurimetria ou IA básica, o que realmente vai diferenciar será como essa realidade é percebida. Em outras palavras, o valor deixará de estar meramente no "ter" e passará a estar no "ser percebido como quem entrega".
Uma comunicação jurídica eficaz traduz tecnologia em benefícios tangíveis: menor tempo de resposta, maior previsibilidade, mitigação de riscos, eficiência operacional. Essa tradução gera credibilidade. Ao mesmo tempo, ao comunicar de modo didático e estratégico, o escritório ou advogado fortalece reputação, autoridade e melhora seu posicionamento institucional.
Além disso, no contexto regulatório e de ética, especialmente relevante no Direito, comunicar que essa tecnologia está alinhada à governança, à privacidade e às boas práticas reforça confiança. Em resumo: a comunicação jurídica transforma automação em reputação.
A tecnologia na advocacia deixou de ser diferencial e passa a ser requisito. A vantagem competitiva real estará na combinação: tecnologia bem implantada + narrativa estratégica + reputação reforçada. Escritórios que adotarem esse modelo estarão à frente. Para quem quer se posicionar como protagonista, não basta modernizar; é necessário contar essa modernização de modo que o cliente, a imprensa e o mercado jurídico a compreendam, confiem e valorizem.
Sergio Lucchesi
Jornalista e social media da M2 Comunicação Jurídica


