Divórcio grisalho cresce e reflete novas dinâmicas familiares
Embora a separação possa representar liberdade e autodescoberta, é importante conduzir o processo com cuidado, respeito e responsabilidade.
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Atualizado às 13:41
O chamado divórcio grisalho, término de casamentos entre pessoas com mais de 50 anos, tem se tornado cada vez mais comum. O fenômeno acompanha transformações profundas na sociedade atual, como o aumento da expectativa de vida, a autonomia financeira feminina e a valorização da realização pessoal em todas as fases da vida.
A longevidade é um fator determinante também. Muitos casais passam a enxergar novas possibilidades de recomeço quando percebem que o relacionamento não traz mais satisfação ou não possuem mais propósitos em comum. Hoje, a independência econômica, especialmente das mulheres, tem papel decisivo nesse cenário. Com acesso consolidado ao mercado de trabalho e estabilidade financeira, elas se sentem mais seguras para seguir um novo caminho, mesmo após décadas de união e os filhos criados.
Embora a separação possa representar liberdade e autodescoberta, é importante conduzir o processo com cuidado, respeito e responsabilidade. Se um dos cônjuges depende financeiramente e emocionalmente do outro, é preciso que ele receba o amparo necessário. O rompimento de uma relação longa impacta não apenas o casal, mas também os filhos, ainda que já adultos, e as dinâmicas familiares construídas ao longo dos anos. Para os filhos, é preciso maturidade para compreender que o divórcio dos pais não anula os laços familiares.
Nesse momento, o autoconhecimento se torna essencial. Buscar apoio psicológico individual ou em casal pode ajudar a entender sentimentos, desejos e medos, além de preparar emocional e financeiramente para as mudanças que vêm com o fim de um casamento. Em alguns casos, a terapia pode até auxiliar na reconstrução da relação; em outros, na decisão consciente de encerrar um ciclo com leveza e respeito.
O crescimento do divórcio grisalho revela não apenas rupturas, mas também a busca por novos começos que pode ser um reflexo de uma geração que envelhece com mais liberdade para escolher como quer viver o restante da vida.


