A rotina jurídica e o papel estratégico da assessoria de imprensa
Advogados transformam análises jurídicas do dia a dia em conteúdo de interesse público, com apoio da assessoria de imprensa para ampliar alcance.
terça-feira, 16 de dezembro de 2025
Atualizado em 15 de dezembro de 2025 14:23
Advogados e advogadas se debruçam diariamente sobre pareceres, análises de jurisprudência, petições complexas, negociações contratuais e estratégias de contencioso. É um trabalho técnico intenso, orientado a solucionar o problema do cliente com precisão e responsabilidade. O que muitos não percebem é que esse mesmo conteúdo, produzido no fluxo natural da rotina jurídica, pode também despertar interesse público e, portanto, interesse da imprensa.
A razão é simples: a dor de um cliente raramente é exclusiva. Questões como tributação de dividendos, conflitos contratuais, insegurança na compra de imóveis ou impactos de decisões judiciais relevantes afetam um universo muito mais amplo. Quando esses temas entram no radar jornalístico, o advogado que já estudou o assunto está naturalmente pronto para contribuir com análises qualificadas, sem sair da sua rotina.
Esse potencial se torna ainda mais evidente quando lembramos que atividades como consultoria e assessoria jurídicas - previstas entre as funções privativas do advogado - já exigem interpretações completas, avaliações de risco e pareceres que, muitas vezes, respondem exatamente às perguntas que um repórter faria. Ou seja, o conteúdo já existe. Ele só precisa ser traduzido para o formato jornalístico.
É aqui que a assessoria de imprensa assume papel estratégico. Ao compreender a dinâmica do escritório e os temas em que cada profissional está imerso, a assessoria consegue identificar pautas relevantes e transformá-las em releases, artigos e entrevistas de interesse público e editorial. Mas isso exige diálogo, confiança e compartilhamento, sempre respeitando o sigilo profissional e os limites éticos da advocacia.
Não se trata de criar algo novo, mas de reconhecer o valor público do que já está sendo feito. A ponte entre jurídico e jornalismo se constrói justamente a partir dessa percepção: a análise que resolve um problema individual pode contribuir para esclarecer um debate nacional.
A imprensa busca vozes qualificadas para explicar temas complexos. E os escritórios têm, todos os dias, profissionais mergulhados em questões que impactam a sociedade. Aproximar esses dois universos é mais simples e mais estratégico do que parece.
A comunicação jurídica é, antes de tudo, um trabalho conjunto. Quando advogado e assessoria atuam de forma integrada, a produção de conteúdo deixa de ser um peso adicional e se torna um instrumento estruturado de reputação, diferenciação e autoridade.
Jonas Aguilar
Jonas Aguilar é jornalista e assessor de imprensa da M2 Comunicação Jurídica.


