Gestão Data Driven na advocacia securitária: Eficiência, prevenção e valor estratégico para as seguradoras
Uso estratégico de dados no mercado de seguros ajuda a antecipar riscos, reduzir custos, otimizar o contencioso e tornar decisões mais seguras.
terça-feira, 30 de dezembro de 2025
Atualizado em 29 de dezembro de 2025 12:48
A complexidade crescente do mercado de seguros e a massificação dos litígios exigem soluções mais inteligentes, rápidas e assertivas por parte das seguradoras e dos escritórios que as representam. Nesse cenário, a adoção de uma gestão data driven na administração das carteiras jurídicas deixa de ser um diferencial para se tornar um imperativo estratégico. O uso de dados qualificados e organizados é o caminho mais seguro para antecipar riscos, racionalizar custos e garantir que as decisões estejam alinhadas à realidade operacional da carteira.
A gestão data driven é uma estratégia empresarial que utiliza dados para orientar decisões e operações. Ela está ancorada em dois pilares: previsibilidade e tomada de decisão eficiente. Em matéria de seguros, isso significa identificar padrões de judicialização, classificar as demandas por tipo de cobertura, analisar os índices de procedência e aferir o impacto financeiro das teses recorrentes. Com base nesses dados, é possível propor ajustes técnicos aos produtos, desenvolver políticas de prevenção de litígios, otimizar os fluxos de atendimento e desenhar estratégias de conciliação ou contencioso mais efetivas.
Do ponto de vista jurídico, a gestão orientada por dados permite uma atuação mais estratégica e fundamentada. O uso estruturado das informações processuais possibilita identificar padrões relevantes no contencioso, mapear riscos com maior precisão e avaliar a eficácia das teses jurídicas adotadas. Esse conhecimento refinado fortalece a tomada de decisão e contribui diretamente para o aprimoramento das políticas internas das seguradoras, promovendo maior previsibilidade e segurança jurídica nas operações.
A LGPD (lei 13.709/18) também impõe uma camada adicional de responsabilidade às empresas que lidam com grandes volumes de informações sensíveis. Nesse contexto, a adoção de tecnologias de gestão e análise de dados deve estar alinhada aos princípios de segurança, finalidade, necessidade e transparência. Escritórios que estruturam suas operações conforme essas diretrizes reforçam sua credibilidade e mitigam riscos regulatórios para seus clientes.
Escritórios de advocacia qualificados estruturam suas áreas técnicas para operar sob o paradigma da eficiência. Com um time multidisciplinar, atua com ferramentas de BI (Business Intelligence), relatórios customizados, painéis de performance e indicadores jurídico-financeiros, que permitem uma visão global e segmentada das carteiras. A atuação consultiva também é beneficiada, com dados subsidiando pareceres estratégicos, revisões contratuais e programas de compliance adaptados ao perfil de sinistralidade.
O resultado é claro: com gestão data driven, é possível sair da lógica puramente reativa do contencioso e avançar para um modelo de parceria estratégica com as seguradoras. Um modelo em que o conhecimento do comportamento da carteira permite reduzir o passivo judicial, prevenir novas demandas e, acima de tudo, gerar valor tangível para o negócio.
Em um setor regulado, complexo e altamente sensível às transformações tecnológicas e comportamentais, adotar uma postura baseada em evidências não é apenas desejável, é essencial. É essa a direção que seguimos na JCA: dados a serviço da estratégia, da segurança jurídica e da eficiência na defesa dos clientes.
Lucas Xavier Coelho
Advogado. Sócio e Diretor de Relacionamento com o Cliente da Jacó Coelho Advogados. Membro da Comissão de Direito Agrário - OAB/GO. Co-fundador da empresa Hey Hub.


