Ética: ter ou não ser
A ética é um tema muito complexo e sempre causou discussões, desde a época dos grandes pensadores gregos, há mais de 2000 anos. A função da ética é estudar e analisar criticamente o comportamento humano, a moral
terça-feira, 13 de maio de 2008
Atualizado às 10:42
Ética: ter ou não ser
Vinícius Gusson Bergo*
A ética é um tema muito complexo e sempre causou discussões, desde a época dos grandes pensadores gregos, há mais de 2000 anos. A função da ética é estudar e analisar criticamente o comportamento humano, a moral.
O ser humano não nasce adaptado ao contexto ético, nem moral, pois não é de seu instinto. Porém, desde que o homem passou a viver em grupos surgiu à necessidade de que se criassem regras para tornar possível o convívio entre as pessoas.
Esses princípios criadores na sociedade foram evoluindo, justamente com a tecnologia e com as alterações no modo de vida e rotina da população. Entretanto, muitas vezes a ética ficou perdida pelo caminho, não evoluindo ao mesmo nível da moral.
O resultado é que hoje vivemos muito próximos a um colapso ético, não havendo mais a contestação do que é certo e o que é errado. Como dizia o poeta: "o tempo não pára" e com isso a ética vai se distanciando gradativamente.
Corrupção, desonestidade, individualismo, materialismo, falta de respeito e compaixão, tudo se tornou "normal", muitos dizem "é inevitável". É inevitável se não contestarmos. Hoje temos na política, na ciência, no trabalho, no trânsito, até na igreja, na sociedade em geral, um grande exemplo de falta de moral e antiética.
Na ficção também temos exemplos dessa triste realidade. No livro Frankenstein, de Mary Shelley, quando o cientista Victor cria um ser (monstro) ele está infringindo as leis da natureza e, automaticamente, sendo antiético, pois não analisa o que está fazendo, se sentindo o ser criador.
Coincidência, ou não, ele acaba sofrendo muito, após agir desta maneira e é o que acontece com nosso país hoje, onde todos, ou quase todos, deixam a ética e os valores de lado para ir em busca do dinheiro, o que mais uma vez é antiético.
O capitalismo e consumismo agravaram os problemas aqui já citados. Isso se deve ao fato de que o materialismo segue caminho oposto ao humanismo. As próprias crianças, atualmente, não se importam com os valores humanos transmitidos pelos pais, e sim com os presentes caros que vão ganhar, formando assim mais uma geração de imorais e antiéticos.
No cotidiano, a falta de ética nos circunda com pessoas que querem levar vantagem em tudo. Essas pessoas preferem encarar filas gigantescas ou burlá-las para serem atendidos mais rapidamente? Preferem ceder seu assento a uma senhora idosa, no ônibus, ou permanecerem sentados?
A perspectiva para o futuro assusta, mas se começarmos a cultivar o amor e a educação, conseguiremos reverter a situação transformando nossa nação em um lugar bom e ético para viver.
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*Aluno da 8ª. série do ensino fundamental da Escola Salesiana São José de Campinas/SP
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