O amor é uma carta, mais ou menos longa, escrita em papel velino, corte dourado, muito cheiroso e catita; carta de parabéns quando se lê, carta de pêsames quando se acabou de ler.

As cartas d’um homem, sendo o produto quente e vibrante da sua vida, contêm mais ensino que a sua filosofia – que é apenas a criação impessoal do seu espírito.

Há pessoas que se adoram idolatricamente, e pouco se escrevem: Romeu e Julieta, esses modelos eternos do amor humano, nunca se escreviam; – mas a sensação desagradável que se tem quando falta a carta desejada, é, todavia, mortificadora.

Uma Correspondência revela melhor que uma obra a individualidade, o homem.