Só o diamante corta o diamante. Ora, os verdadeiros escritores só talham as próprias pedras. Não há profissão em que o amor-próprio seja tão absoluto quanto na profissão das letras.

No Brasil, todo o mundo quer ser escritor. No fundo da mais pacata vida de amanuense, de caixeiro, de médico, de advogado, há uma veleidade literária. Todo brasileiro tem, no seu passado, a perpetração de meia dúzia de versos.

É preciso ter chorado para imortalizar o riso no livro, na estrofe, na sentença, na palavra.

Um escritor que não tem gramática e que não tem sintaxe, não é de fato um escritor – e portanto os Críticos não têm ocasião de se ocupar dele, nem em bem, nem em mal.