A esperança de recuperar perdas dá uma grande energia às criaturas.

Nós, os brasileiros, somos como Robinsons: estamos sempre à espera do navio que nos venha buscar da ilha que um naufrágio nos atirou.

A esperança é o mais tenaz dos sentimentos humanos: o náufrago, o condenado, o moribundo aferram- -se-lhe convulsivamente aos últimos rebentos ressequidos. Enquanto não se corta o derradeiro fio da vida, ou da liberdade, vê-la-eis iriar-se, como aljôfar do orvalho da madrugada numa teia de aranha estendida entre os braços de árvore murcha.

A esperança é o alimento do espírito... a alma do coração.