A esperança é o mais tenaz dos sentimentos humanos: o náufrago, o condenado, o moribundo aferram- -se-lhe convulsivamente aos últimos rebentos ressequidos. Enquanto não se corta o derradeiro fio da vida, ou da liberdade, vê-la-eis iriar-se, como aljôfar do orvalho da madrugada numa teia de aranha estendida entre os braços de árvore murcha.