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Mário Covas é anistiado pelo governo Federal

Da Redação

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Atualizado às 13:17


Anistiado

Mário Covas é anistiado pelo governo Federal

A Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, declarou anistiado político o governador Mário Covas. O processo de Covas, morto em 2001, foi impetrado na Comissão por sua viúva, Florinda Gomes Covas. Covas teve os direitos políticos cassados por dez anos, quando era deputado Federal - entre março de 1969 e março de 1979. Como forma de reparação econômica, Florinda Gomes receberá uma prestação única de 300 salários mínimos - o valor é limitado ao teto de R$ 100 mil.

A viúva do ex-governador foi representada na sessão por seu neto Gustavo Covas Lopes. Para ele, o avô era respeitado por todos como um grande homem. Faltava apenas o reconhecimento do Estado brasileiro. Ainda segundo ele, "é um orgulho ser neto de um político como o avô, em um país onde político é sinônimo de corrupção".

Nascido em Santos, o engenheiro Covas iniciou suas atividades estudantis ainda na graduação, na Escola Politécnica na USP, em 1955. Foi presidente da UNE, seccional São Paulo, deputado Federal constituinte, senador, prefeito e governador de São Paulo por 2 mandatos, além de um dos fundadores do MDB, partido de oposição ao regime.

Preso em 1969 por motivação política e indiciado em inquérito parlamentar, teve o mandato de deputado Federal cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos. Voltou a se dedicar à política em 1979, com a anistia. Em 1988, foi um dos fundadores do PSDB. Candidatou-se pelo partido à Presidência da República em 1989, nas primeiras eleições diretas para presidente após o regime militar. Faleceu em 2001 em São Paulo.

Emoção

Metalúrgicos, sindicalistas, ex-perseguidos políticos e jovens prestigiaram atentos à cerimônia de abertura da caravana.

Estiveram presentes o intelectual Antônio Candido; Nita Freire, viúva de Paulo Freire; Lúcia Alencar, irmã de Frei Tito; João Vicente, filho do ex-presidente João Goulart; jornalista Rodolfo Konder; Daniel Seidel, da Comissão de Justiça e Paz da CNBB; deputado Brizola Neto; Carlinhos Marighella, filho de Carlos Marighella; Daniel de Souza, filho de Herbert de Souza, o Betinho; Renato Rabelo, presidente do PCdoB; deputado Paulinho Pereira (PDT) e o procurador da República Marlon Weichert, além de operários demitidos durante a ditadura, ex-presos políticos e representantes de associações de anistiandos.

Antônio Cândido, ao fazer uso da palavra na sessão de julgamento de um dos processos afirmou que "Os momentos das caravanas são momentos em que o Brasil se encontra consigo mesmo. E isso acontece quando a aspiração de justiça e liberdade do povo coincide com a ação dos governantes".

Dois anos

A Caravana da Anistia, projeto educativo da Comissão que julga os casos de perseguição política entre 1946 e 1988 onde eles ocorreram, completará dois anos no próximo mês de abril.

Dos 55 mil processos protocolados na Comissão desde 2001, cerca de 13 mil ainda serão julgados. Trinta e cinco mil foram deferidos. Destes, em cerca de 11 mil houve algum tipo de reparação econômica.

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Fonte : MJ

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