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Baú migalheiro - Salvador de Mendonça

Há 169 anos, no dia 21 de julho de 1841, nasceu em Itaboraí/RJ Salvador de Mendonça, advogado, jornalista, diplomata, romancista, ensaísta, poeta, teatrólogo e tradutor. Foi o criador da Cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras, que tem como patrono Joaquim Manuel de Macedo.

Da Redação

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Atualizado em 20 de julho de 2010 15:19


Baú migalheiro

Há 169 anos, no dia 21 de julho de 1841, nasceu em Itaboraí/RJ Salvador de Mendonça, advogado, jornalista, diplomata, romancista, ensaísta, poeta, teatrólogo e tradutor. Foi o criador da Cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras, que tem como patrono Joaquim Manuel de Macedo.

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Salvador de Medonça nasceu no dia 21/7/1841. Foi jornalista, advogado, diplomata, romancista, ensaísta, poeta, teatrólogo e tradutor e faleceu no Rio de Janeiro/RJ, em 5 de dezembro de 1913.

Na sessão preparatória da Academia Brasileira de Letras, em 28 de janeiro de 1897, foi um dos nomes escolhidos para completar o quadro dos fundadores. Criou a Cadeira 20, que tem como patrono Joaquim Manuel de Macedo.

Era filho do comendador Salvador Furtado de Mendonça, dos Açores e de Portugal, e de Amália de Menezes Drummond, descendente dos Drummond da Escócia. Dela recebeu os rudimentos de sua educação, iniciando-se no conhecimento das línguas, da música e do desenho. Depois de freqüentar uma escola pública em Itaboraí, foi para a Corte, aos 12 anos, continuar seus estudos no Colégio Marinho e, por dois anos, no Colégio Curiácio, dirigido pelo Barão de Tatuphoeus. Ao terminar os preparatórios, em 1858, o Barão de Tatuphoeus levou-o à presença de Pedro II, como um prêmio aos seus esforços de estudioso. Por essa época conheceu figuras como Machado de Assis, com quem fez amizade e manteve convívio diário, e Casimiro de Abreu. Conheceu também escritores já consagrados, como Gonçalves Dias, Araújo Porto-Alegre e Joaquim Manuel de Macedo, que Salvador haveria de escolher como patrono.

Em 1859, foi para São Paulo para matricular-se na Faculdade de Direito. Iniciou a sua colaboração na Revista Mensal do Ensaio Filosófico Paulistano. Ali publicou a poesia "Singairu, lenda das margens do Piraí, 1567". É um episódio de formação do nosso país. No ano seguinte fundou, com Teófilo Ottoni Filho, o jornal A Legenda. Ali iniciou-se nos assuntos de crítica social e política. Em fins de 1860 faleceram seus pais e Salvador voltou para o Rio de Janeiro, como chefe de uma família de oito irmãos, entre os quais Lúcio de Mendonça. Entrou para a redação do Diário do Rio de Janeiro, de Saldanha Marinho. Em 1861, casou-se com Amélia Clemência Lúcia de Lemos. Tornou-se professor de Latim e iniciou atividades em outros jornais : no Jornal do Commercio fazia a crítica teatral e no Correio Mercantil, a "Semana Lírica". Simultaneamente ia criando a sua obra de teatro.

Em 1865, foi encarregado pelo Marquês de Olinda de reger a cadeira de Coreografia e História do Brasil no Imperial Colégio Pedro II, em substituição a Joaquim Manuel de Macedo. Em 1867, regressou a São Paulo para concluir o curso de Direito. Assumiu o cargo de diretor de O Ipiranga, órgão do Centro Liberal de São Paulo, e nessa atividade iniciou a propaganda republicana no Brasil. Graduado em 1869, voltou para o Rio e, com Saldanha Marinho, foi trabalhar como advogado. Em 1870 fundou-se o Clube Republicano, organização devida a Saldanha Marinho, Salvador de Mendonça e Quintino Bocaiúva. Foi então redigido o histórico "Manifesto de 70", cujo capítulo "A verdade democrática" é de autoria de Salvador de Mendonça. Fundou-se também o jornal A República, em cuja redação se congregavam Quintino Bocaiúva, Salvador, Aristides Lobo, Lafayette, Pedro Soares de Meireles e Flávio Farnese.

Nos anos seguintes, Salvador dedicou-se também a traduzir obras de autores franceses para a Casa Garnier. Em 1875, publicou o primeiro e único romance, Maraba. No mesmo ano ficou viúvo. Nomeado cônsul privativo do Império em Baltimore, logo depois foi nomeado para o consulado de Nova York e, em 3 de maio de 1876, foi promovido a cônsul geral do Brasil nos Estados Unidos. No ano seguinte casou-se com a norte-americana Maria Redman.

Em 6 de julho de 1889 foi nomeado enviado extraordinário e ministro plenipotenciário em missão especial nos Estados Unidos e delegado do Brasil à 1ª. Conferência Internacional Americana. Achava-se neste posto, junto com o outro delegado, Lafaiete Rodrigues Pereira, quando foi proclamada a República no Brasil. Tomou a defesa do regime implantado pelo marechal Deodoro. A ele a República deveu o seu fácil e pronto reconhecimento pelos Estados Unidos.

Em 12 de abril de 1890, foi exonerado, a pedido, de cônsul geral do Brasil em Nova York, mas continuou nos Estados Unidos como ministro em missão especial. Exonerado desse cargo em 18 de dezembro de 1890, por se achar finda a missão especial, foi imediatamente nomeado enviado extraordinário e ministro plenipotenciário de 1ª. classe em Washington. Ainda grande foi o serviço que lhe deveu a República quando, em 1893, explodiu a revolta da Armada. Salvador logrou evitar que os Estados Unidos reconhecessem os diretos de beligerantes aos revoltosos, o que teria complicado a situação florianista.

Por ato de 3 de março de 1898, Salvador de Mendonça foi removido da legação do Brasil em Washington para a de Lisboa. Por ocasião de sua saída dos Estados Unidos, pôde ele constatar, não só nas palavras do Presidente Mac Kinley, mas também nos artigos de todos os jornais americanos, o quanto era apreciado o seu espírito de "amigo da América", de "grande pan-americano". Entretanto, a sua remoção para Lisboa não foi aprovada pelo Senado, e ele foi exonerado desse cargo. Em 10 de setembro de 1903, por ato do Presidente Rodrigues Alves, foi considerado em disponibilidade desde 1898. Encarregou-se, então, de trabalhos de tradução e, nos últimos anos, já cego, escrevia artigos para O Imparcial e O Século, comentando a diplomacia brasileira e recapitulando a sua própria carreira em Washington. Pouco antes do seu falecimento, publicou os volumes Coisas do meu tempo, reunindo os artigos saídos em O Imparcial, e A situação internacional do Brasil, reunindo os artigos publicados em O Século.

Publica trechos de suas memórias no jornal O Brasil e se opõe à reforma ortográfica proposta por Medeiros e Albuquerque. Escreve um parecer sobre a questão de limites entre Paraná e Santa Catarina e publica uma apreciação sobre o Memorial de Aires de Machado de Assis. Acompanha os últimos meses da vida de seu irmão Lucio, morando ambos na Gávea. A morte do irmão é um grande golpe: "Lucio era mais do que um irmão. Era um filho".

No conjunto de sua obra, os escritos políticos têm uma importância primordial, embora algumas de suas idéias sejam discutíveis, como a que preconizava, com o mais vivo entusiasmo, a vinda de chineses para o Brasil. Uma de suas campanhas mais vivazes na imprensa, na última fase de sua vida, foi no sentido de evitar que o Brasil permitisse, como o estava permitindo, a criação de vastos quistos germânicos no Sul do país. Outro problema contra o qual se pronunciou foi a aquisição de terras brasileiras pelo Sindicato Farquhar.

Como poeta, Salvador de Mendonça, que parece ter feito a formação intelectual na poesia de Gonçalves Dias e Casimiro de Abreu, é um legítimo continuador dos românticos. Seus versos de mocidade, perdidos em velhas coleções de jornais do Rio e de São Paulo, têm características dos poetas do fim do Romantismo. Há, porém, em sua poesia aspectos que o distinguem, como o intenso sentimento da terra, da gente e da paisagem do Brasil.

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Fonte : Academia Brasileira de Letras

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